domingo, 16 de dezembro de 2012

Um dia o sol há-de voltar a brilhar

Até lá vemo-nos por aí....

Já devem ter dado conta que o blog tem andado meio ao abandono ultimamente e talvez este fosse um desfecho esperado. Nada dura para sempre, e sinto que chegou a hora de terminar este espaço. A minha vida parece também ter chegado ao fim de um ciclo e as palavras não me saem nem me apetecem. Preciso de tempo, preciso de um espaço em branco, e acima de tudo preciso de renovações, de um restart completo. Porque este blog está demasiado ligado à vida que eu tinha e que não volta, porque preciso de libertar o passado para poder seguir em frente, despeço-me do blog e de vocês, que me leram, me aconselharam ao longo destes três anos. Obrigada pela atenção, pelo carinho que há em pessoas que não conhecemos mas seguimos e achamos saber um pedaço da história. Sem dúvida que o blog me trouxe coisas boas, muito boas, incluindo novos amigos. Trouxe-me também conforto, descompressão e aprendizagem...ao relê-lo aprendo com o passado, a minha história que, lida uns meses depois, nem parece ser minha.

Aprendi que há naufrágios que não se controlam e que nos atiram borda fora, aprendi que há coisas que, por mais que queiramos ou por mais que nos esforçamos, não resultam, não dão certo. Aprendi que as pessoas se avaliam melhor pela maneira como saem da nossa vida, mais do que pela maneira como entraram, aprendi que nunca conhecemos realmente ninguém e aprendi que o coração pode, literalmente ficar em pedacinhos com a desilusão. Aprendi que a lealdade não pode ser a todo o custo e aprendi que há coisas e pessoas pelas quais não adianta correr atrás, não quando elas não querem ser perseguidas.

Este final de ano foi duro, está a ser duro. Depois de um início em que tinha a esperança e o optimismo renovado em que tudo ia correr bem, quase 12 meses depois afinal tudo deu errado. A vantagem é que depois de tudo arrasado não há mais desculpas nem refúgios: resta apenas apanhar os cacos e recomeçar. Não há mais fundo para onde cair, só caminho ascendente agora. Vantagem também é saber que se deu tudo, que se lutou até ao fim, até as feridas serem insuportáveis, mas que se esteve lá e que se acaba de pé, ensanguentado mas de pé! Porque o coração, apesar de partido está finalmente livre porque sabe que não havia mais nada que pudesse fazer. E olhar para trás e saber isso vai fazer com que a minha consciência esteja em paz.

No meio do caos, aprendi também que quem tem amigos como os meus não enlouquece, que é graças a eles que passo os dias e que me sinto abençoada por os ter na minha vida, ao longo do caminho. Por mais longe, por mais tempo, amigo a sério está lá e não abandona nunca. Não devo estar a fazer tudo errado para ter amigos destes, afinal os amigos também se merecem e cativam! E aprendi finalmente que sou muito mais forte do que julgava  e que, um dia, como diz a música, vou estar em casa de novo. Porque sei que não vou desistir sem lutar, porque eu nunca, nunca desisto sem lutar e isso também aprendi este ano. E não vou desistir de tentar ser feliz.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pieces of the same story...


it is broke before you know it, before you knew what it was for.

troca-me por quem tu quiseres. a sério, não faz mal. quinze dias mediante a apresentação do talão. não tem nada que enganar. vai lá e diz que já estava estragada quando abriste a caixa, que me faltava uma peça, que tinha um risco. vão-te perguntar
- de certeza que não a deixou cair ao chão?
e tu vais dizer que nem sequer me pegaste ao colo. eu assentirei. e eles acreditarão.


de mais uma tua.

Ao som de  "The President" - Snow Patrol.

they gave me a new pair of glasses, indeed

só agora notei que já foste embora há muito tempo ...

[as pessoas dizem que não é possível alterar o passado, mas no fundo isso são tretas para seguirmos em frente. a verdade é que o passado não é um bloco de granito, é mais um copo de água que muda de cor consoante os olhos com que o fitares. no fim, ninguém sabe muito bem o que verdadeiramente aconteceu. ou talvez tenha acontecido tudo em simultâneo.] 

... e o meu passado de repente mudou.  é como ver um filme pela segunda vez, mas agora com os comentários do realizador.

*Carolina*

Ao som de "Liar" - Mumford & Sons

i would even make a hot beverage

e de repente todas as pessoas têm mais que fazer. e todas as pessoas de repente têm uma pessoa menos eu. e eu não sei que fiz às pessoas que tinha, ou as afugentei com o meu barafustar de braços, ou elas perceberam sozinhas que eu não sou pessoa com quem se esteja porque sim.




i tell you now where was your fault.

nunca te falei de ti a ninguém porque acho sempre não me saber explicar, e depois as pessoas fazem as perguntas mais complicadas aos apaixonados
- como é que se conheceram?
mas a forma recíproca de conjugar esse verbo troca-me as voltas à língua quando lhes vou para responder
- foi numa passadeira.
a bem dizer tu não me conheces, e a bem dizer a ti também não te conheço eu. mas acho que tenho um bom ponto de partida para uma conversa complicada com a amiga mais coscuvilheira do grupo
- foi amor à primeira vista?
primeiro faria um esgar. não responderia logo porque aquilo me evocaria memórias atordoantes. depois, diria mais ou menos assim:

foi como um livro. lês-lhe o título e achas giro. da segunda vez na livraria tocas-lhe devagar, lês-lhe a contracapa. um dia à socapa folheia-lo e lês uma frase de início de capítulo. a partir daí quando passas na livraria, olhas para o livro mas ele não chega a olhar bem para ti. vês que ninguém o leva e achas que podes esperar, mas e se te enganas? amor foi, mas melhor era se tivesse sido coragem à primeira vista.


I.W.@

Ao som de "White Blank Page" - Mumford & Sons.

o universo tem um fundo falso.

de vez em quando há coisas que têm tudo para dar certo e não dão. não dão. e ninguém sabe porquê nem ninguém nunca saberá. segues a receita do livro à risca e o bolo afinal sabe mal. que podias ter feito mais senão isso? inquieta porque a bilateralidade é incoerente, e dois mais dois só são quatro em dias de sol. e porquê? porquê? morre-te um doente e tu dizes que fizeste tudo e não chegou, mas como é que tudo não chega? que injustiça porem-nos aqui num mundo onde o tudo pode não chegar, onde nem disso estamos certos. onde não há axiomas matemáticos que nos valham, ou constantes de Plank. 

tu, por exemplo, vives em busca da perfeição porque acreditas que se a atingires vais ser feliz. mas e se agora te disser que não? que não adianta, porque a perfeição pode não chegar. o que é que fazes, o que é que vais fazer? o que é que ainda te faz sentido?

*Carolina*
Não me canso de ler estas meninas, que de todas as vezes têm textos que parecem fazer parte da minha ( das nossas) vidas. Todos os pedaços desta história AQUI!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A half finished book is, after all, a half finished love affair...



Há muito tempo que um trailer de um filme não me chamava tanto. Desde o rol de actores, aos produtores, a aparente disconexão e esquizofrenia desta sinopse fazem prever um filme que será ou muito bom, ou muito mau. E como eu gosto de extremos!
So this is how the story went
I met someone by accident
who blew me away
who blew me away

It was in the darkest of my days
When you took my sorrow and you took my pain
And buried them away, you buried them away

And I wish I could lay down beside you
When the day is done
And wake up to your face against the morning sun
But like everything I've ever known
you'll disappear one day
So I'll spend my whole life hiding my heart away

domingo, 25 de novembro de 2012

Bad things happen to good people

Não há destino, não há motivo maior, não há razões que mais tarde farão sentido. Há coisas na vida que não têm qualquer justiça, qualquer merecimento, coisas que nunca irão servir para que nada de melhor possa vir dali. Como a morte. Nunca nada mais irá ficar bem depois de algo assim. Ficará só um vazio, um peso na alma que mói a cada dia que passa, que nos ensina que nem o universo tem sentido de justiça nem nós recebemos conforme damos. As coisas más não escolhem índole pessoal ou karma. Acontecem apenas, indiscriminadamente. Não há motivos maiores, não há um propósito, não há destino. Acontecem. E não há nada que possamos fazer. Só aceitar, apenas aceitar que é o que a vida anda à força a ensinar-me há quase 3 anos e que, ainda assim, tenho tanta dificuldade em aprender.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

«Et aprés? Aprés, on reve d'avant!»

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Rush of Blood to the Head

Saio do banho e dou com esta música dos Coldplay....aquelas primeiras batidas inconfundíveis do Cientista, de um - para mim - dos melhores álbuns do grupo e da minha vida.  Estas batidas que me tocam cá dentro de tanta recordação que trazem, de tanto bitter sweet que é aquela verdade descrita em poema. 
Nobody said it was easy...
no one ever said it would be so hard. 
Oh take me back to the start.

Depois deste álbum houve o Twisted Logic e depois desse, nunca mais as música me tocaram da mesma maneira. Os dois últimos álbuns são mais alegres, mais pop, mas mais vazios de significado. 
Sinto falta de músicas assim, que ficam, tatuadas, que são inconfundíveis aos primeiros acordes. E sinto falta de mim, da pessoa que era quando este álbum surgiu. Can we ever go back?!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O que aconteceu ao Christian depois que a Satine morre?

Hoje lembrei-me deste medley ( tentem esquecer as legendas em espanhol, foi o único vídeo que encontrei no youtube com a cena do filme completa!) Sei-o de cor desde que o filme saiu e recordo-me de, na viagem de finalistas da faculdade ao Egipto, a ter cantado a meias com um rapaz de uma outra turma numa viagem de autocarro entre Luxor e Hurgharda.  Foi um momento e pêras! e na altura, só pelo facto de ele cantar bem e saber as "deixas", apaixonei-me por ele pelo tempo que durou a viagem ( diga-se, os 3 dias restantes!) E lembro-me como era fácil achar-me apaixonada, só porque alguém gostava das mesmas coisas que eu. Lembro-me da leveza, da ideia do próprio amor. Hoje, recordei-me da música não sei porquê - apenas porque tenho por hábito cantarolar - e anos depois dei conta que ainda a sei cantar, ainda que desta vez sózinha enquanto cozinho o jantar.

E pensei que, anos depois também, já não é nada fácil apaixonar-me ou sequer julgar que estou apaixonada. A ideia sobre o amor, também muito diferente. E ocorreu-me: depois que ela morre, ele faz o quê? Casa, tem filhos, ou vive como o escritor solitário que procura em outras a mulher que amou, sem nunca mais achar. Devíamos saber essa parte da história. O que acontece depois de um grande amor?! Come what may. É um statement tremendo: aconteça o que acontecer. E o amor, ou o amor a sério, julgo que será assim. Perdura, apesar de tudo. 

Isto talvez venha a propósito de uma conversa que tive com uma amiga hoje, em que ela defende que, para haver amor, basta existirem duas pessoas, com gostos em comum, que preencham minimamente as expectativas e requisitos um do outro, e com o objecivo de terem uma relação juntos. Ou seja, que a probabilidade de amar é tão vasta quanto o universo de pessoas que tem que ver connosco e que se decidem juntar. Que o que nasce dessa convivência é amor. Tenho um outro amigo que partilha  a mesma teoria. Menos eu! Eu acho que é algo bem mais raro e bem mais difícil, que posso até gostar de alguém por ter coisas em comum comigo e fazer parte da minha vida...posso gostar muito e não ser amor. O Amor pode ser encontrado na pessoa mais insuspeita, na menos indicada para nós, a que mais nos magoa, da qual nos desencontramos tanta vez, com planos de vida diversos, e mesmo assim, come what may. É algo que se sente na pele, e toca cá dentro, onde não muitas mais pessoas vão tocar. Relações, gostar muito, isso podemos ter muita vez. Agora o resto!.... aqui - minuto 3h35 (Isto com as legendas hoje é que não está a correr muito bem!)
Eu não sei mas começo a crer que o povo português é mesmo palhaço e refém de si mesmo. Alguém teve esta ideia peregrina! Os navios estavam em idade de reforma e alguma luzinha se deve ter aceso nestas mentes da marinha ou algum empresário com interesses por trás. Ora então:
 - Paga-se a uma empresa canadiana para vir explodir um navio que vai ficar a poluir o mar (apesar do dinheiro gasto para - dizem eles - retirar os amiantos e óleos, um navio a enferrujar debaixo de água é sempre fonte de poluição na minha opinião, mas ok) para que no próximo Verão venham as ordas de turistas munidos de equipamento de mergulho, visitar o museu sub-aquático! Que ideia de génio, com certeza!! Deve ser um novo nicho no mercado turístico que com certeza irá contribuir para a saúde financeira de Portimão e do país, inacessível porém ao comum dos portugueses que, ou eu muito e engano ou não pratica mergulho sub-aquático.

Não seria melhor atracar o navio a uma doca e abri-lo ao público? Sem gastos adicionais para lá de uma limpeza, fica o navio quietinho no cais e não a enferrujar no mar, entradas a 5 euros e turistas e portugas poderiam visitar aquele pedaço de história portuguesa em equidade fiscal. Ou mesmo que o desmantelassem, o ferro velho ao que sei dá bastante dinheirinho...ou não tivesse enriquecido o tipo dos robalos.
 
Que circo este país. Muita matéria terão os comediantes!!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

"Há aparentemente enorme desvio entre o que os portuguesesacham que devem ter como funções sociais e os impostos dispostos a pagarpara assegurar essas mesmas funções. E esse problema é difícil”, concluiuVítor Gaspar.

Esta notícia já é de ontem, mas como optei por me alhear de tudo o que é serviço informativo de televisão, pelo menos não tenho que ouvir estas alarvidades, limito-me a lê-las no dia seguinte.
Gostava de perguntar ao Sr. Gaspar de que funções sociais usufruo eu?! Eu que desconto mais do que poderia, que com os novos impostos não vou ter oportunidade para poupar para uma reforma que não vou ter quando chegar a velhice. Sistema de saúde? Zero ! Educação? Zero! Usufruí em tempos, quando estudava e era abrangida pela ADSE dos meus pais, em que os médicos saíam baratos. Tinha 20 euros de abono anual e uma bolsa de estudo de 47 euros mensal. Isso é uma grande função social do estado?! Para aquilo que eu pago?! Não creio! Como vinha num comentário no Público, ou temos um sistema como na Suécia, em que se desconta à grande mas tudo é praticamente gratuito e o estado é de facto Social, ou um sistema como nos Estados Unidos, em que se não descontar não usufruo. Neste momento em Portugal, temos a mistura do pior destes dois sistemas: descontamos muito, usufruímos zero. Então para onde vão os meus impostos?! Para o salário de grandes gestores?! Para as 400 fundações ainda activas, para o carro de serviço a que Mário Soares tem direito mesmo já não estando no Governo anos?! As rendas vitalícias por meros aninhos de serviço público? Mas que merda é esta Sr. Gaspar?! Para me vir dizer que a minha expectativa está muito desfasada? Está é muito desfasado o trabalho que andam a prestar ao estado e que devia ser antes de mais nada isso mesmo, trabalho. Não uma alavanca que garante subsídios o resto da vida e trampolins para voos mais altos.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Não pude deixar de sorrir com isto. O bicho parece mesmo falar chinês!:)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Este poema fez tanta parte da minha vida, quando a minha casa ainda estava no meu amor...

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,

pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

Manuel António Pina, in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde"

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

É mesmo isto...e toda a gente vê menos o nosso Governo

"IN HAPPIER days before the euro crisis, one government in Lisbon rebranded the Algarve as the Allgarve, hoping to appeal to English-speaking tourists. Now a Portuguese wit suggests rebranding the whole country as Poortugal."

By the Economist
Tenho andada alheada das notícias. Em casa, à hora de jantar deixei de sintonizar o telejornal porque perdia sempre o apetite. Não impede no entanto a falência deste escapismo, e hoje quando abri os jornais juro que me doeu o peito e a preocupação que anda por cá de maneira constante foi agravada com esta noticia!

Foi no Jornal de Notícias que aprendi a ser jornalista, foi aqui que me apaixonei pela profissão, foi aqui que me dei conta também que a objectividade e imparcialidade na sala de redacção têm  interpretações diferentes das que damos na faculdade. Os interesses estavam lá: houve histórias que quis perseguir e não me deixaram, houve palavras ou frases que era sugestionada a alterar, fui gentilmente convencida a tomar café ou almoçar com acessores de imprensa de câmaras municipais para a boa manutenção dos contactos ( recusei das duas primeiras vezes  que o acessor me convidou porque achava aquilo tremendamente despropositado em termos de objectividade, à terceira foi o meu editor que me veio ensinar os meandros do jornalismo real e os cafés lá passaram a fazer parte do trabalho, junto com o pedido de ter atenção ás palavras escritas. Isto para explicar que é claro que o jornalismo português sempre sofreu de influências, mas penso que ainda era capaz de prestar um serviço razoável  ao país em termos de jornalismo..

Mas com isto agora, como diz a peça títulos históricos como o DN, que fazem parte da história de Portugal desde o século XIX, agora vendido a Angolanos. E quem fala em Angolanos fala de ingleses, chineses, suecos....não há uma lei que impeça a venda de media a capiatis estrangeiros?! Sou só eu que acho isto completamente flagrante?! A sério, não há uma lei?! Não há nada que possa impedir isto?! Andamos a vender o país aos pedaços pela oferta mais alta. No final não vai sobrar nada para os portugueses.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Dois currais = a duas garagens

É este o estado do nosso desgoverno e da caça a tudo o que possam sacar às pessoas. Neste caso ninguém me contou, são os meus avós que foram intimados com um agravamento de IMI em 200 euros.  De 60 euros anuais a humilde casa deles irá passar a custar 200 euros anuais (são pessoas que sempre viveram da terra, o meu avó em obras de calçada, trabalho duro a vida toda e reformas de 70 euros por mês).

Na última avaliação imobiliária consideraram que a casa deles tem 3 garagens: uma garagem efectivamente, mais os dois currais, um de ovelhas, outros dos porcos. Podemos portanto considerar que os currais são agora equiparados a garagens de animais?! E os animais, também vão passar a contar como se fossem Ferraris?!

Hoje pela primeira vez tomei a coragem de fazer os cálculos ao que vou passar a receber em Janeiro e apetecia-me chorar, bater pé, fazer birra, ou apenas sair-me a sorte grande num dos cvs que tenho enviado e ver aparecer-me um bilhete de saída para londe daqui.  Vou ganhar o suficiente para sobreviver, fazer casa-trabalho, sem gastos adicionais nem nada daquilo que faz valer a pena viver, na verdadeira acepção da palavra. Há gente que possivelmente irá passar fome. E em todo o lado, nem vislumbre de uma alternativa! Onde vamos parár? Não sei, mas estou seriamente preocupada com este cantinho da Europa.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

E o Outono, aos poucos, começa a instalar-se em Lisboa












É a luz que fica diferente, as cores da cidade, o chá quente que começa a apetecer...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Por mais longe, por mais tempo que passe, por mais que repita para mim que tudo vai correr bem a dada altura e que a vida se irá recompor, a tristeza colou-se-me à alma e habita-a como uma segunda pele. Pergunto-me como posso ainda sentir tanta falta de quem me fez tão mal, como é que ainda se pode gostar tanto de quem gostou tão pouco de nós. Como é que alguém que só nos magoa causa esta dor abissal derivada da falta.

Gostava de ser mais desapegada, de conseguir fechar as coisas em gavetas que não voltasse a abrir, de seguir em frente sem olhar para trás, de não sentir falta, de não sentir saudades. A minha mãe diz que quando nos desapegamos facilmente é porque não era amor, que o amor é um farol, constante. Ora eu acho que o amor é uma bela merda capaz de nos dar cabo da vida. Porque no final, por mais musiquinhas românticas que façam sobre o tanto que é aquela pessoa na qual se pode confiar e depender totalmente, isso so é verdade até ao dia em que deixa de o ser, até haver algo mais importante, até já não dar jeito, até sermos dispensáveis. E de meu grande amor passa-se a alguém insuportável que se despreza.

Sim, tornei-me incrivelmente amarga e desiludida. Nunca pensei ser tão magoada. E a ferida foi/é tão grande que acho que não tem cura.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Inegável




The good ones are always taken. Damn!!

Não deve demorar muito a vir nas revistas

Ontem fui jantar ao Pharmacia. Apesar do espaço ser muito giro e o restaurante valer por isso, a comida não me causou um wow, como à maior parte dos meus colegas de jantar. O conceito é baseado em petiscos, os quais estavam medianos a meu ver. Isto porque há um restaurnate de petiscos em Viseu que ficam muito á frente do Pharmacia, então o meu padrão é elevado. Além disso, no momento em que me dei conta que os camarões com molho de queijo não tinham sido limpos e que estava inclusive a comer casca a minha impressão fico condicionada ao medíocre/mau em termos de comida. O leite creme por seu lado estava delicioso.

Nisto,  quem vi por lá em clima romântico? Maya Booth e Albano Jerónimo, par na ficção da novela da SIC. Véspera de feriado, velas na mesa, muitos sorrisos e clima de flirt, mãos dadas, não acho que estivessem ali para treinar as falas. Sendo que o senhor em questão é casado e teve um filho recentemente, não fiquei com muito boa impressão da cena. Se bem que se diz por aí que ele tem um relação aberta e vai andando com umas e com outras. Artistas?!
Finalmente a revista Playboy meteu uma gaja nua na capa. Marta Pereira. Lá no trabalho, o universo masculino continuou a queixar-se. Diz que aquilo ainda não chega, que faltam as fotos explicitas e em grande plano dos buracos da senhora. Seriously, Nojo!!
5 de Outubro. Último ano em que se festeja o feriado e eu a trabalhar. Que bem que estava na cama! Foi só um desabafo invejoso! Podeis regressar ao vosso fim de semana alargado!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O Verão inteiro

não houve uma única melga cá em casa. As janelas estiveram sempre abertas, as luzes acesas, e nada de nada....ontem, noite fresquita de Outubro, uma p*** de uma melga esperta como o raio, começou a atazanar-me a cabeça desde a hora em que apaguei  a luz, seria uma meia noite, até ás 3h da manhã. Foi o tempo que demorei a caça-la. Nessas 3 horas, o inferno. Deitava-me decidida a dormir no matter what, meia hora depois lá vinha ela zunir-me ao ouvido, só para eu me levantar, acender a luz e passar o quarto em revista sem nunca a encontrar. Não me lembro de ter dito tanto palavrão seguido ultimamente.E hoje, claro, andei o dia a arrastar-me.

sábado, 29 de setembro de 2012

Everything will be alright in the end. And if it´s not allright, it´s not the end yet

"There is no past that we can bring back by longing for it. Only a present that builds and  creates itself as the past withdraws. "

Bitter-sweet, talvez seja a palavra certa para este filme. Muito bem escrito e com um leque de personagens deliciosas.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O Outono deixou-me nostálgica

E esta música não me sai da cabeça desde ontem.

Two drifters off to see the worldThere's such a lot of world to seeWe're after the same rainbow's end, Waiting 'round the bendMy huckleberry friend, moon river, and me 

Tão doce, tão bem escrita...porque é que já não se fazem músicas com esta inocência e candura?

domingo, 23 de setembro de 2012

E o Outono chegou





Os dias já estão mais pequenos e hoje apanhei a primeira molha da estação, ainda de alças nos ombros e sandálias nos pés. Custa-me dizer adeus ao Verão, por mim viveria sempre de chinelo no pé e vestidos. E no dia em que me despedi do Verão foi esta música que vim a ouvir enquanto o sol desaparecia num mar claramente outonal, muito mais revolto e selvagem. Que seja um Outono tão doce como a música.

sábado, 22 de setembro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ao contrário lê-se Amor

 Não quero saber se o filme tem tido más críticas. É a cidade que me apaixonou naquela luz mágica que banha as casas e as ruas, e este filme  é para ver na grande tela, quando mais não seja porque Roma vai encher o ecrã e o meu coração vai-se encher de uma saudade tão doce como a recordação que a cidade deixou em mim.

O Bom Inverno

Há muito se falava deste livro e por várias vezes tinha ido ás livrarias e estava sempre esgotado. Há pouco tempo encontrei a versão pocket book a 7.50eur e devorei - o. Atesto que é tao bom quanto dizem que é, lê-se de um fôlego e foi dos livros mais entusiasmantes que li nos últimos tempos, um verdadeiro turn pager. Recomendo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

15 de Setembro

Estava fora de Lisboa e não fui. O que vi pela tv foi uma massa de gente a invadir o país e depois os desacatos frente à Assembleia da República. Gente que foi ali para armar confusão, gente que não quer a mudança, só o confronto. Gente idiota que quer destruir a Asssembleia para quê? De que servia? Além de se destruir património público, somos nós a pagar. Gente ignorante que chamava os polícias de filho da puta por não tirarem a farda e se mudarem para o lado dos manifestantes ( eles estão a trabalhar, se o fizessem teriam emprego hoje para pagar as contas?!) Não pode ser fácil estar ali, quando também eles são impactados por estas medidas, quando muitos deles terão a mesma opinião que mais de um milhão de portugueses e sobretudo quando estão a ser ameaçados, ofendidos, confrontados e a ordem é não reagir. E viam-se garrafas a ser atiradas, petardos que facilmente poderiam instar ao tiroteio, tomates até contra os cães polícia. Se eu lá estivesse acho que me voltava era contra os arruaceiros!

E no meio dessa ignorância e apelo gratuito à violência, estas duas imagens: um cravo e um abraço contra a farda negra dos polícias. O vermelho da flor e o laranja dos cabelos da Adriana, que parece ter saído de um catálogo de propósito para esta foto. Já andam a correr o mundo. E como o mundo precisa de mais imagens assim!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

As últimas semanas não tem sido fáceis e os dias junto ao fim de semana parecem ser os que trazem piores notícias.
Acabei as últimas férias de verão este ano e agora só no Natal e entrei em Setembro com uma descrença generalizada em tudo. Foi apenas o regressar à vidinha costumeira dos dias que passam. Depois veio esta história de nos cortarem mais no salário e a machadada final na esperança de muita gente. Não tenho grandes luxos, a única renda que pago além da casa é o ginásio e até nisso terei provavelmente que cortar. Fiz as contas e vai ter que ser muito apertado para não acabar o mês a negativo. Perante este cenário, torna-se só evidente que temos de fazer algo, que temos de arriscar, que não se pode ficar quieto à espera que os ladrões apareçam. E nisso, a perspectiva de uma vida no soalheiro Portugal, perto dos meus, também se desvanece.
No entretanto descubro que a minha candidatura a Paris nem sequer saiu da mesa das assinaturas, apesar de cumprir todos os requisitos, e que no entretanto há outra pessoa que conseguiu uma vaga que queria, porque foi "convidada". Estou farta de cunhas e de tramas de bastidores e estou cansada que quem faça as coisas dentro dos trâmites, nunca seja avaliado pelo mérito. Estou zangada comigo por ser esta besta que acha que fazendo as coisas como deve ser e sem tramar ninguém, que um dia sou recompensada porque "what goes around comes around". És tão ridícula garota, tão burra e nunca mais aprendes!
Ontem novo baque: a vida está determinada a arrancar-me todas as pessoas que me dizem algo. Vou perder mais um amigo para o mundo, mais um que vai embora, atrás da vida que o país lhe nega. Fico feliz por ele, mas confesso que só me apetecia chorar ao telefone ao ouvir aquilo. Apetece-me gritar com o universo a dizer-lhe que eu não consigo mais, não consigo mais perder mais ninguém. Não tenho mais coração. Olho para trás, os últimos dois anos e conto as pessoas que restam. O Mundo e a vida já me roubaram tanta gente ao longo destes dois anos, roubaram mais do que aquilo que deram de volta. E quando a noite cai, quando os contactos no telemóvel começam a ter mais números estrangeiros que portugueses, quando queremos fazer algo e sabemos que a pessoa que ia adorar fazer aquilo já não está ali, é quando dói mais e damos conta que à medida que o tempo passa, vamos ficando mais e mais sozinhos.
Esta crise não veio só roubar dinheiro, veio roubar pessoas, vidas. Estou muito mais pobre agora, muito mais amargurada. Porque todos os dias me dói a ausência de quem não está, da vida que era suposto ser, as relações que era suposto ter e todas elas me têm sido estripadas. E depois esta percepção: todos vão seguindo a sua vida, mais cedo ou mais tarde, arriscando...está tudo espalhado pelo mundo e eu sei que lhes dói todos os dias também, sei que não é fácil terem que recomeçar. E quando se está num lugar em que cada vez há menos motivos para ficar, o que nos prende? Um homem sem esperança é um homem perigoso porque já muito pouco tem a perder. E porque a falta de esperança nos faz trilhar outros caminhos que não julgáramos ser capazes. Chegou nesse ponto para mim.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mãos ao alto! Isto é um assalto.

Teria sido mais honesto!
Desde 2007 que não tenho (ou terei, daqui a 4 meses pelo menos)  um salário tão baixo. E nessa altura estava a fazer um estágio no Luxemburgo e, mesmo assim, a bolsa conseguia ser maior do que aquilo que irei ganhar a partir de Janeiro.

Se hoje em dia já não tenho grandes luxos nem deslizes, a partir de Janeiro vou passar a trabalhar para sobreviver. Não consigo poupar dinheiro, não posso pagar uma casa só para mim, o meu salário não me permite manter um carro, se num mês tiver uma despesa adicional que ultrapasse os 100 euros deixo de ter controle orçamental. Fazer uma viagem por ano também é um ideal.  E agora vou ganhar ainda menos do que quando tinha 24 anos e estava em início de carreira! Perante a comunicação do PM na sexta feira tive um vislumbre da minha vida daqui a 10 anos: se nada fizer, vou ter a mesma exacta vidinha de agora,  de tostões contados.

Pela primeira vez não me apeteceu insurgir ou apelar a este povo manso e morno que tudo acata apesar de toda a gente estar contra. Este novo imposto é um roubo dissimulado de contribuição para a Segurança Social ( alguém acredita que vamos ver os valores reflectidos na reforma!?) A ideia de sair do país nunca me abandonou, mas este fim de semana foi cair na real, na consciência de que se eu nada fizer por mim agora vou viver de mãos atadas a vida inteira. Adoro o sol, adoro os meus amigos e a minha família são o que me mantem sã, o que me dá força. Mas na verdade, podemos sempre recomeçar em qualquer lugar e eu não tenho nada de verdadeiramente importante que me prenda aqui. A partir de hoje, segunda feira, a minha busca por emprego lá fora vai passar a ser activa e diária. E acabaram-se os limites geográficos! Não há escolha.


Especialmente depois que na sexta feira soube também, que o meu processo de candidatura de uma vaga em Paris, para a qual até tinha boas hipóteses, está a aguardar a assinatura do big boss da empresa em Portugal. A aguardar assinatura quando o processo de envios de cv ficou concluído a 31 de Agosto em Paris e entreguei a minha candidatura aqui bem antes. Muito obrigada a toda a burocracia da treta e as falinhas mansas desta empresa que tenta a todo o custo prender o pessoal aqui. Quando lhes disse que queria concorrer à vaga em Paris ainda me perguntaram porque queria ir para fora e que tinha que escrever uma carta a justificar o pedido de mobilidade internacional. Não é óbvio?! Tanto tentam travar a saída que as pessoas acabam por os deixar na mesma, da pior maneira. Eu, honestamente, espero já não demorar muito a ser uma das que os deixa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Modern couples

No outro dia a TVI passou uma reportagem sobre as relações contemporâneas. Mostrava um grupo de mulheres de bem com a vida, na casa dos 40 anos, a assumirem-se como solteiras convictas e contentes. Os homens idem aspas. Ainda que uma minoria destes homens e  mulheres possam ser assim felizes como a reportagem mostra, ao dormirem com uma pessoa diferente todas as noites, não acho que esse seja o desejo da maior parte do mundo. Pelo contrário. E noto que a partir de uma determinada idade as pessoas têm tanta pressa em apenas "ter alguém" que qualquer pessoa serve, cumpra ou não os requisitos.

Não me entra na cabeça como pode alguém preferir aguentar a presença constante de alguém  que não se ama para se fugir a estar sozinho. E mete-me uma certa confusão um caso recente em que começaram um namoro com cerca de mês e meio ( ele andava à caça de qualquer mulher, literalmente qualquer uma que o quisesse, só de o ouvir um par de horas uma noite fiquei a saber do rol de desiludões e do grau de desespero. E ela, a tentar superar um amor não correspondido, acabou com um tipo que não tem nenhum dos predicados que ela dizia querer) Comunicou o namoro como quem diz que vai jantar fora, de forma tão banal e corriqueira que nada faz lembrar as borboletas no estômago ao mês e meio. E também que estavam a pensar morar juntos. Com um mês e meio. 

Não entendo esta forma de fazer as coisas. Tudo tem um tempo, tal como a paixão tem um tempo para crescer, florescer e chegar ao ponto em que faz sentido ir morar com a outra pessoa. Não é o primeiro caso á minha volta, não será o último. Em busca de um grande amor que não chega, as pessoas contentam-se com o que há, o que aparece, e depois correm para aquilo em toda a velocidade, com medo que acabe antes de eles terem tempo de viver como acham que deveriam viver perante a idade que tem e perante a sociedade. E estes casos entristecem-me. Entristece-me a banalidade com que falam do namorado de um mês, quase com um encolher de ombros, sem sorriso, sem brilho no olhar. Entristece-me que ande tanta gente á procura da metade da laranja sem nunca encontrar. E entristece-me mais que, havendo quem encontre, deite fora mesmo sabendo que aquilo não aparece todos os dias. Também acontece e é mil vezes pior.

Não me esqueço da frase do Mystic River, em que o namorado desolado pelo assassinato da namorada, é reconfortado pelo polícia que lhe diz que ele é novo, que vai voltar a ser feliz. E ele, muito sério e seguro do que diz, olha-o nos olhos e pergunta" Um amor destes não acontece à maioria das pessoas uma única vez durante a sua vida, quanto mais duas vezes". O polícia cala-se.
Espero nunca me tornar nisto, na pessoa que um dia aceita um namorado como quem vai ali jantar fora e já volta. Espero nunca deixar de ter brilho no olhar e sorriso rasgado se tiver um namorado de um mês. Prefiro mil vezes estar sozinha, no meu canto, a tolerar ou aceitar a presença de outra pessoa só porque sim.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Mimos e mais mimos :)

Este aniversário foi em beleza: dois bolos, 2 celebrações, dois jantares deliciosos em na melhor companhia do mundo, prendinhas dos meus amigos. Nos próximos tempos parece que vou andar bem cheirosa, hidratada e colorida. E a minha orquídea?! Linda, linda! :)
Tão bom ser assim mimada. Obrigada aos meus :)





Domingo, fim de férias, regresso de Viseu a Lisboa. Distância: 289 km. Duração: 13horas

Já havia passado uma noite no aeroporto, mas nada se comparou a isto. Os incêndios que queimam o país começaram no domingo. E ainda que a CP não tenha culpa do motivo que levou à interrupção das vias, tem culpa em tudo o resto: falta de informação, falta de reacção, falta de alternativas, desconsideração total com as mais de 700 pessoas que passaram a noite inteira em vagões de comboios, ao relento ás 4h da manhã em Pombal e em autocarros de transbordo depois.

A saga com o meu comboio  começou em Mangualde onde este chegou já com uma hora de atraso devido ao fogo em Nelas que entretanto foi controlado. Já era mau q.b. chegar a Lisboa com uma hora de atraso, mas ok. Quando o revisor passa e diz que há um grande incêndio em Caxarias e que possivelmente íamos ficar retidos, a minha reação foi perguntar-lhe porque não foramos avisados disso. É que meter-me num comboio quando o mais certo era ficar retida dali a duas horas talvez não fosse opção a tomar e eu gostaria de ter tido a escolha. A retenção acabou por acontecer logo em Coimbra, onde parámos sem mais explicação e ali ficámos até ás 3h da manhã. Das 21h ás 3h da manhã!!  Seis comboios parados na estação: idosos, crianças, 3 funcionários da CP que levaram com todo o coro de reclamações e que sabiam tanto como nós, de telefone na mão que não era atendido. Sem soluções, ou alternativas.

E caramba, incompetência pura! Podíamos ter voltado para trás - talvez fosse o que a maioria das pessoas queria, para não passar ali a noite - podiam ter providenciado autocarros...não fizeram nada disto em tempo útil e, mais grave, não informaram de nada. Silêncio total, só a porra da sirene na estação que ecoou a noite inteira.

Ás 3h da manhã finalmente alguém fala pelo intercomunicador e diz que seguiremos de comboio até Pombal onde teremos autocarros de transbordo à espera para fazer o troço Pombal-Entrocamento, onde aí apaharemos outro comboio para Lisboa finalmente.  Ás 4h da manhã em Pombal, com a grande maioria das pessoas vestidas com t-shirt ( ninguém esperava passar a noite ali) mandaram-nos sair do comboio e esperámos 1 hora ao frio na estação até que os autocarros chegassem. Autocarros para 700 pessoas. Imaginem a confusão que foi assim que eles chegaram, com centenas ao frio, cheios de malas e atropelos. Foi tipo uma cena de filme catástrofe de Holiwood mas sem os militares e os responsáveis para organizar.

Das 4h ás 5h mais uma hora em autocarro até ao Entroncamento onde há um Alfa à espera. Das 5h ás 6h aguardar que todos os autocarros chegassem com os passageiros. Somatório de horas perdidas! Entretanto são umas 6h30 quando o Alfa arranca, é-nos dito que dali a uma hora estaremos finalmente em Lisboa. Como é um Alfa a malta acredita. Mas como também entretanto havia recomeçado o fluxo normal de comboios e para não atrasar os outros, mete-se o Alfa em modo caracol e deixa-se passar todos à frente, porque quem esperou uma noite inteira sem dormir, sem comer e com frio, pode com certeza esperar mais um bocado, certo?!

Desrespeito total, falta de organização e eficiência.  Nos media nem uma palavra sobre isto. Just in case já seguiu um email para alguns órgãos a ver se os jornalistas têm algum interesse em ir perguntar a quem de direito que tipo de apoio presta a CP nestes casos e porquê tanto tempo de reacção quando já sabiam o que estava a acontecer desde as 5h da tarde de domingo. Deixarem 700 ou mais pessoas uma noite inteira num comboio não me parece aceitável, de forma nenhuma, especialmente quando descartam qualquer responsabilidade ou reembolso do dinheiro.

Ser daqui que vem milhões de prejuízos anuais também não me surpreende. E nós? Andamos a dormir?! Enquanto houver palhaços o circo rola... Foi um final de férias para esquecer. E no entretanto, terça-feira, Portugal ainda arde. Triste, triste país.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Duas considerações sobre o caso Julian Assange

1)Mais uma vez a Inglaterra se revela o cão de estimação dos EUA.
2)Direito internacional, diplomacia e direitos humanos são apenas palavras num papel sem qualquer valor quando se trata de fazer valer o poder.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Malta de Lisboa...

Alguém frequenta a clínica de acupuntura Pedro Choy do Marquês?!
Choca-me o crime de Queluz pela volência do acto, o sofrimento que se quis infligir áquelas 3 pessoas. Morrer queimado deve ser das piores mortes que há.  E choca-me  também que num prédio habitado, com vizinhos porta a porta, se tenham ouvido gritos ( que não devem ter sido poucos) mas não se tenha saído porta fora para ver o que se passava.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Esta história da CP, Metro e Carris andarem sempre a fazer greve em tudo o que é feriado, já acabava não?! Lixam-me sempre as idas à praia...quem não tem carro em Lisboa tem que viver totalmente condicionado por estas greves que se andam a tornar instituídas. E as excelentíssimas empresas fazerem algo para acabar com isto também não?! Cambada....

domingo, 12 de agosto de 2012

Há uns tempos deparei-me com este texto e identifiquei-me com ele de imediato. Hoje, a 10 dias de fazer anos, tropecei nele de novo. Estamos em Agosto. Passaram 8 meses desde o início de mais um ano, um ano que prometi a mim mesma que iria ser diferente. Em alguns pontos tem sido, mas não correu para onde eu esperava que a vida fosse. Por mais que eu a empurasse. Acho que foi o ano que comecei com mais fé, com mais energia positiva, naquela senda de que energia boa chama coisas boas.

Eu apaixonei-me aos 22 anos e achei que fosse para sempre. A coisa correu muito bem até aos 27, de tal forma que quando um dia, em Paris, uma colega que tinha ido de férias ao Brasil trouxe aquelas pulseirinhas do senhor do Bonfim eu, sendo uma das últimas a escolher e uma vez que havia uma maioria de pulseiras vermelhas sobre a mesa, escolhi no entanto a branca ( que nem sei o que significa mais). E ela me perguntou se ninguém mais quer amor. A minha resposta foi de que já tinha, já tinha encontrado, não precisava de mais. Bastaram 3 meses para essa ideia me ser arrancada de mim.

Agora, quase à porta dos 29 olho para as nódoas negras emocionais e para aquilo que me mudou. A tal bagagem. E mudou muito. Sinto-me quebrada, como se algo tivesse avariado e deixado de funcionar. Nestes dois anos zanguei-me mais com a vida e com o mundo do que alguma vez antes. Só para dar conta que não tenho que me zangar com a vida, que a vida dá limões se soubermos o que fazer deles e talvez no meu caso o problema maior é que a outra pessoa não quis, ou não soube. Não sei. A verdade é que passado todo este tempo, ao olhar para trás, fico sem resposta quando me perguntam se a vida pode separar duas pessoas que gostam uma da outra. Eu continuo a achar que não pode, continuo a achar que basta os dois quererem muito e nada trava. Talvez eu esperasse um homem de coragem e de recursos vários, um homem sem medo, sem tanta complicação, mais capaz de se atirar, mais capaz de fazer valer o sentimento. Ou talvez esperasse alguém que afinal me amasse na mesma medida, capaz das mesmas coisas que eu me achava capaz. Na altura poria a mão no fogo a achar que sim. E olha, queimei-me e as cicatrizes continuam a doer.

Quando finalmente percebi isso aceitei que perdera e desde aí há dias melhores e dias piores. Dias em que consigo sair, flirtar e divertir-me, dias em que quase conheço alguém que valha a pena, but not quite...e dias em que me cai no colo o peso dos anos que passaram e do exemplo dos outros. Tenho inveja de quem tem a vida mais arrumada, de quem está apaixonado e sabe onde quer ir e com quem. Tenho inveja de quem tem um passado juntos, de quem tem no amante o melhor amigo, de quem cresceu junto e se conhece como a palma da mão. Inveja de quem tem uma casa para onde ir, com quem enfrentaria o mundo inteiro. Gosto de casais com história porque era esse casal que eu queria ter sido, porque os acho mais cúmplices, mais fortes...mas depois basta olhar para o meu exemplo para ver que uma coisa não implica a outra.

Fujo de homens com filhos ou homens mais velhos (que são os primeiros num bar a meter conversa com aquele olhar de cio, desculpem, mas não é para mim!), homens que colecionam relações, que se acham a última bolacha do pacote, quando na realidade são as mulheres que são fáceis: basta haver um solteiro que elas os rondam tipo enxame, não tem que ter mais predicados do que ser homem e estar livre. Mas eu não sou uma pessoa de paixões fáceis e raramente me encanto. E com o passar do tempo, vejo diminuída a hípotese de encontrar uma pessoa que me complete como um dia já senti. Ainda que essa mesma pessoa que nos faz sentir assim, possa não ser a pessoa certa.

Uma amiga que lê as mãos disse que via um grande amor que me marcou e um casamento. E, conhecendo-me, nunca me casaria senão fosse a valer...por isso olha, é acreditar no Tarot e aprender a não olhar para trás. (Yeah, right, sou mesmo pessoa de esoterismos!!) Aprender a comparar menos, a baixar expectativas como um amigo meu se farta de me repetir e me diz que tenho é que fechar esta história do meu coração de vez e estar aberta a coisas novas. A teoria é tão fácil. E o coração, ainda que fraco, é teimoso como um velho burro.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sons além Atlântico


Uma das coisas que mais gostei no Brasil foi a maneira como a música ecoa fácil em qualquer parte da cidade, noite ou dia. Adoro dançar e quando lá estive aproveitei que lá, realmente, se dança em qualquer lugar. Dancei no carnaval, um funk em Copacabana, MBP no jardim do Arpoador, Samba na Lapa e no topo do morro do Pão de Açucar, dancei um chorinho tocado ao vivo por 3 guitarristas patrocinados pela Tim, alheia aos turistas que paráram para levar vídeos como souvenir. Gosto da musicalidade do país, da maneira como as palavras se conjugam melhor. E, ainda que não exactamente para dançar, recentemente descobri duas pérolas.

A primeira é deliciosa pelo videoclip: imagens de casamentos reais no Brasil ilustram a música e está deliciosa.

A outra não é novidade nenhuma, mas só agora comecei a escutar o cd dela com mais atenção. Talvez porque quando há um grande sururu à volta da coisa, eu fuja na direcção oposta não lhe prestei grande atenção quando surgiu. Agora, fiquei rendida às letras e aos pequenos trejeitos da voz. Adoro o autêntico poema musicado que é esta, o jogo de palavras e o cheirinho a blues desta,  a ironia desta. Não me canso de ouvir o cd de alto a baixo.

Mas para dançar, e aproveitando que fez 70 anos há dois dias atrás, esta aqui, com samba qb :)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ping Pong

Não é que fiquei vidrada ontem a ver a equipa portuguesa jogar contra os Coreanos?!! Dei por mim a torcer a sério ainda que não percebesse como é que ganhávamos pontos quando deixávamos a bola cair no nosso lado da mesa. E estávamos a ir tão bem....Ainda para mais os moços não eram nada de se deitar fora, com aqueles reflexos rápidos ainda por cima!Olha lá o Tiago, por exemplo! Acho que ainda vou ficar fã de ping pong, perdão, ténis de mesa.

Enfrentar a BT ou uma estrada escura e deserta?

Definitivamente a segunda, que (ainda) não paga multa. A operação Baco andou aí e andou por Viseu também, chegando mesmo à terrinha, coisa nunca antes vista. Ora, perante a visão dos carros da  BT toca a dar meia volta ( será considerado fugir à polícia?!) e tomar um atalho que me fez demorar mais meia hora a chegar a casa. Isto ás 3h30 da manhã. De salientar que a estrada em questao é alcatrão intercalado com terra batida, a iluminação é zero e o número de carros que por ali passa é igualmente nulo. Medo de assaltos ou coisa piores?! Nah. Medo é dos senhores da GNR que me iam pedir para soprar no balão e aquelas caipirinhas ainda deviam andar por ali.

Hasta Siempre

A primeira vez que ouvi falar de Chavela Vargas foi através desta música, Paloma negra, que vinha incluída na banda sonora do filme Frida. Bastou ouvi-la uma vez para me arrepiar com esta voz que vem do fundo da alma, a doçura inicial e a paixão, a dor que se sente em cada palavra arrancada cá de dentro. E nunca o amor de uma mulher por outra foi tão bonito....Ouçam! E digam se ao minuto e cinquenta nao se arrepiam

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Hold me, Thrill me, Kiss me...

Lava Kiss. Mais aqui!

Também adoro esta:

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pronto, não há muito a fazer. Sou uma romântica incurável. Gosto de amores longos e de amores que duram. Amores que passam dificuldades e que conseguem ficar juntos depois da tormenta. Talvez porque não seja uma pessoa que se apaixone facilmente (e muito certamente isso não é uma vantagem), gosto da ideia da metade da laranja, da pessoa certa, ainda que, contraditoriamente, cada vez mais acredite que isso não existe.
 
E depois vem uma declaração como esta, deste senhor, que se casou na semana passada com a já companheira de longa data, que me fazem sorrir e desejar um dia poder dizer o mesmo e alguém poder dizer o mesmo em relação a mim. Claro que daqui a uns anos se divorciam e lá se acaba tanto amor, mas eu ainda gosto de acreditar que todos podemos ser Paul Newman´s e Joanne Wooodward´s.  

Bem, curem-me a sério, que isto só me vai fazer mal!

quarta-feira, 25 de julho de 2012


Na segunda feira tive uma aula de ginásio em que suei o meu peso em água, literalmente. Foi do género da toalha e a t-shirt escorrerem água depois de torcidas. Ontem, não satisfeita, voltei à carga, ainda para mais agora que comecei a correr 15 minutinhos no final de cada aula ( o que para mim é um grande avanço porque odeio correr). Hoje sinto todos os ossos do meu corpo, literalmente todos. Dói-me respirar. E caramba, se dói! Só quero cama!
O Carlos entrou na empresa há coisa de um ano atrás. E, nessa época, o Carlos era o ai Jesus do mulherio aqui do sítio. Não que fosse algo de extraórdinário, mas era alto qb, rosto mediano, corpo no sítio. Um ano  volvido já ninguém suspira pelo Carlos nos corredores e calou-se o burburinho de vozes quando ele passa. 12 meses sentado á secretária e o Carlos tem agora uma barriga igual à dos outros, com tendência a piorar a cada ano que passa. E depois ainda me perguntam porque não acho piada a ninguém aqui do trabalho. Barriga aos 28 anos?! Não me parece um bom prenúncio não é...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Que se passsa com o blogger que não me centra os textos no alinhamento?! Também vos está a acontecer? O meu agora só conhece alinhamento à esquerda.

Fim de semana


Começou comigo deslocada e meio perdida no Intendente, de calça vincada e sapatos altos. Ópera em português e o Hugh Laurie a passar ali mesmo ao lado, chacimbar noite adentro e beber chás do deserto. Navios, mastros, o embalo do casco mesmo com o navio atracado, a vontade de partir, afinal o mundo está todo à distância do mesmo mar. Praia, sol, raquetes, boa companhia, água morna..faltou só mesmo a bola de berlim...nada se compara ao Verão!

Humaninade e seres humanos não combina

"É essa dimensão que é retratada na exposição de Tou Chih-kang. A dimensão da estupidez humana nos olhos daqueles cães que caminham para uma morte certa e que nos olham, uma última vez, numa última súplica para que lhes dêmos afinal a única coisa que sempre nos pediram e que alguém falhou em dar-lhes. Ao invés, damos-lhes o oposto. Damos-lhes o vazio, o abandono, a morte. Não seremos capazes de mais, enquanto espécie humana? Só um bocadinho mais. Já nem se pede amor, que parece estar tão em falta até mesmo entre os seres desta espécie. Respeito já era suficiente. Vergonha na cara também"

E o teu Olhar era de Adeus


Crónica de Ana Bacalhau no Notícias magazine desta semana sobre o abandono de animais e a exposição que estefotógrafo resolveu fazer. O último parágrfo parece-me directo ao ponto...vergonha na cara, e mais humanidade deveriam ser inerentes á condição de seres humanos...invés disso, há muita gente inferior ao mais baixo dos animais rastejantes. E os olhares destes cães em algumas das fotos só espelham a vergonha que sinto por tanta falta de respeito e tanta arrogância humana.

Teen choice awards

O meu favorito. Era um igual se faz favor!!


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Hoje estou uma lamechas

e não resisti a isto:

Que bela homenagem! Qual Taj Mahal qual quê! A estória aqui

E isto! Este projecto fotográfico de amores duradouros que descobri através da Andorinha! Love Ever After exists after all!?!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Pedro tem 27 anos e diz que o Facebook é o seu guia. Além dos amigos propriamente ditos, que herdou da vida real, tem as amigas, que «angaria» (palavras do próprio) de outros amigos. «Ando sempre à coca de miúdas giras. Vejo as fotos adiciono, e depois é meter conversa, ou seja, lançar o isco. A maior parte morde e deixa-se apanhar. É muito fácil e por isso é que a coleção é tão grande. Há muita mulher insatisfeita por aí. E para isso é que está cá o Pedro.»
 
 Reportagem da Sónia Morais Santos na notícias magazine deste fim de semana : "Sexo e Facebook"

Leio este parágrafo e não consigo deixar de ficar abismada com esta afirmação.  Não entendo como é tão fácil, não entendo como há mulheres desesperadas por um contacto físico, quantas daquelas se deixam ao devaneio com uma qualquer fantasia, tudo com um homem que " conhecem" através do facebook.
Sei que é cada vez mais comum, mas sinceramente não me vejo a adicionar gente com base nas fotos, meter conversa via chat como se ainda andasse no 8 ano e falasse com rapazes via Mirc. Nessa época sim fantasiava, agora cresci. Nada como ver uma cara frente a frente, sem subterfúgios fáceis, sem mais enganos do que aqueles que já existem frente a frente.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Verdade?!

Descaradamente roudado à Pipoca mais doce
O fim de semana foi muito bom, mas não parei em casa. Resultado: pilhas de roupa para passar e engomar e uma colega de casa descontente porque este era o meu fim de semana de limpezas que não cumpri. Hoje tem de ser! Adeus ginásio. Olá esfregona!

How to loose a guy in one week?


Se ele for da nossa altura, usar saltos de 10 centímetros todos os dias durante uma semana. Foi remédio santo!
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Nota: Eu sei que é um bocado cruel, mas quando as pessoas (homens) não se tocam apesar de todos os indicadores, temos que passar a meios mais radicais!

Nunca mais

Quando é que Miguel Relvas se demite afinal? Ou é totalmente desprovido de carácter mesmo?
Hà quem nunca tenha vergonha na cara.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O problema de já se ter sido feliz

é que quando deixamos de o ser, damos pela diferença. Não estou a falar de momentos de felicidade. Estou a falar de um estado mais consistente e pleno em que a palavra que melhor a descrevia para mim era casa: sentia-me bem, completa, inteira. Sabia que a vida ia trazer dificuldades e dias negros, mas achava que seriam dias, porque o mais importante eu já tinha: uma pessoa do lado que me completava e enchia todos os pedacinhos da minha vida. O trabalho podia ser uma seca, o mundo podia estar em crise, eu tinha um porto seguro, um melhor amigo que eu achava que estaria sempre, sempre lá. Achava-me abençoada e sabia da sorte que tinha, sabia o difícil que era encontrar aquilo, àquele nível.

Depois as coisas partem-se, a vida acontece e tudo cai ao chão: os planos, os sonhos, a própria visão da vida, os nossos valores e ideiais. Tudo varrido para debaixo da carpete e vai-se a felicidade de vez, sendo substituída por momentos felizes, esporádicos, fugazes, aqui e além. E o problema maior é que, se antes da felicidade almejávamos a algo que embora não sabendo bem o que é, ainda achamos possível de achar. Depois dela damos conta que tudo acaba, tudo muda e que as nossas mãos ficam vazias.

É por isso que me deixa triste e magoada ver uma amiga a quem isto acaba de acontecer. A mesma amiga que no ano passado tanta vez me consolou na tristeza e que já na altura dizia que não saberia o que fazer caso lhe acontecesse a ela. Ora foda-se! Foda--se tudo se isto não resulta com ninguém, se além de mim tenho de ver os meus amigos no chão e aprender de novo com eles que a nossa inocência é-nos roubada em definitivo depois de uma coisas destas. Não há nenhum dos meus amigos próximos que esteja bem, nem um. Não há uma história inspiradora, um exemplo de que sim, tudo vai correr bem, tudo vai voltar a estar bem um dia. Não sei se é da crise, se é das mulheres que mudaram muito, se é dos homens que não sabem lidar com essa mudança, que chegam ao fim da década dos 20 mais perdidos do que quando tinham 18, que são uns filhos da puta de uns egoístas. Não há amizade, não há amor, não há anos de partilhas, não há mais nada quando um dia se lhes passa uma confusão mental e viram costas apenas. " Somos responsáveis por aquilo que cativamos" Devia ser assim, mas na realidade nada tem que ver. Como é que se confia outra vez? Como é que alguém se entrega de novo depos de uma queda destas? Como é que se volta áquele estado de felicidade inicial e pura? Por mais que se queira, ou se precise, não dá para acreditar em mais nada. E um homem sem fé, qualquer tipo de fé que nos mantinha a navegar, não tem, verdadeiramente,  nada.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Além Tejo!























Só no ano passado descobri os encantos da costa vicentina e fiquei agarrada. A palavra ideal será dizer que fiquei "hooked". Gosto das paisagens desertas, as praias imensas e despovoadas, a costa mais selvagem, as estradas sem luzes em que se vê melhor o céu nocturno alentejano. Gosto do sotaque dos locais, do bolo de alfarroba e da sericaia, o peixe fresco grelhado que se encontra em qualquer lugar. Gosto de pegar no carro e andar de praia em praia, todos os dias uma diferente, impossível dizer qual a melhor. Gosto das piscinas naturais que ficam nas rochas onde a água aquece o suficiente para que possa lá ficar uma hora inteira de molho, alheia ao tempo, a tentar boiar de olhos postos no céu. Gosto da cor rápida e dourada que o meu corpo ganha nuns 3 dias de sol. O cabelo encaracolado e o cheiro a sal na pele. Gosto de ver os gaios a voar de árvore em árvore ( já não via um faz anos, quando era míuda tivemos um de estimação que inclusive falava), das paisagens pontilhadas com cavalos e fardos enrolados de feno. Os campos de centeio dourados ao sol do fim de tarde, os calções sempre curtos ou o biquini sempre pronto a ser mostrado, chinelo no pé, ausência de Tv, de maquilhagem, de calças vincadas e de amarras sociais. O sabor a road trip num carro cheio de areia e músicas de verão a tocar alto.

Nas férias sou mais eu, sinto-me mais eu, mais genuína, mais fiel a mim mesma. Depois regresso aqui, à rotina deste dia-a-dia, à televisão e ás notícias sobre o país e a crise, e cai um desânimo pesado, uma insatisfação que anda aqui por dentro das veias a maior parte do ano. Ficam as fotos e o reavivar de que eu não sou este trabalho nem esta vida que não me enche, mas que sou muito, muito mais e que por vezes é preciso mesmo párar e fugir de tudo para me lembrar, para não esquecer sobretudo.