segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Por mais longe, por mais tempo que passe, por mais que repita para mim que tudo vai correr bem a dada altura e que a vida se irá recompor, a tristeza colou-se-me à alma e habita-a como uma segunda pele. Pergunto-me como posso ainda sentir tanta falta de quem me fez tão mal, como é que ainda se pode gostar tanto de quem gostou tão pouco de nós. Como é que alguém que só nos magoa causa esta dor abissal derivada da falta.

Gostava de ser mais desapegada, de conseguir fechar as coisas em gavetas que não voltasse a abrir, de seguir em frente sem olhar para trás, de não sentir falta, de não sentir saudades. A minha mãe diz que quando nos desapegamos facilmente é porque não era amor, que o amor é um farol, constante. Ora eu acho que o amor é uma bela merda capaz de nos dar cabo da vida. Porque no final, por mais musiquinhas românticas que façam sobre o tanto que é aquela pessoa na qual se pode confiar e depender totalmente, isso so é verdade até ao dia em que deixa de o ser, até haver algo mais importante, até já não dar jeito, até sermos dispensáveis. E de meu grande amor passa-se a alguém insuportável que se despreza.

Sim, tornei-me incrivelmente amarga e desiludida. Nunca pensei ser tão magoada. E a ferida foi/é tão grande que acho que não tem cura.

3 comentários:

  1. O amor é capaz de coisas tão boas como más. Força, espero que tudo passe.

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  2. Só há uma forma de não nos desiludirmos nunca, é nunca darmos tudo de nós, mas aí também nunca iremos descobrir o lado bom das relações. Eu já me desiludi muito e ainda não vivi o lado bom do amor, mas ainda acredito que um dia talvez tenha essa sorte. Mesmo que não dure para sempre, quero saber o que isso é.

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  3. É a melhor coisa do mundo, disso não tenho dúvidas. Mas quando se parte, ou quando nos partem, acho que se perde uma parte irrecuperável.

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