sexta-feira, 30 de março de 2012

Porto!

Esta cidade para mim vai sempre estar ligada à minha entrada na vida adulta. Foi aqui que estagiei quando acabei o curso, foi aqui que me apaixonei a sério, foi aqui que fui tão feliz. Fotografado aqui por uma amiga do peito. Ide ver que vale bem a pena!

James...





Voz cristalina. Gosto quando vou a um concerto e a voz corresponde ao que está no cd. Pareceu-me um tipo simpático e conversador, very british e very simple. Gostei! E a hora e meia de concerto passou a voar
"De manhã cedo o carro segue em direcção a Lisboa na companhia do mar. O sol baixo encadeia, e por instantes fecho os olhos e deixo-me levar pela tua imagem embalado na doce memória do teu corpo. Sou marinheiro em caravela e o oceano a meu lado. A maré sabe e enche-me de ti, dos teus olhos que se fecham em silêncio no momento em que me amas. Não há mais espaço, querida. O meu peito é um casco onde nada mais cabe. Só o coração no porão, lastro que guarda um continente de perfumes exóticos e especiarias, cores e matizes que os homens desde há muito buscam. Por dentro vou repetindo, saboreando as palavras com lentidão gulosa : Navego à bolina do teu vento (...) Navego à bolina do teu vento , e amo-te de forma imbecil, sem restos de prudência, na inteira certeza de que nesses momentos Deus existe.

A companhia que me fazes, amor, nessa viagem. É possível que enquanto dormes, e te deixo para trás, envolta nos teus sonhos de princípio de manhã, te dê, sem que o saibas, o melhor de mim: restos de amor em estado puro que se salvaram do naufrágio da infância"

Vida em mim
Nuno Lobo Antunes

Há um mês atrás li-te estas palavras. Era sexta-feira e tinha o peito apertado, mas as horas trouxeram as tuas mãos para dentro das minhas. Hoje é sexta feira e só há chuva lá fora e aqui dentro uma velha pulseira vermelha amarrotada que aperto nas minhas mãos vazias e guardo no caderno da taschen que me deste. Há muito que os fins-de-semana perderam a alegria de outrora. E a pulseira está no meio das páginas rabiscadas e não no pulso de onde a arranquei outrora também. Está tudo fora do sítio. O mundo ao contrário, a rotação descompassada. E a companhia na viagem é outra. " Desde que te conheci que nunca mais me senti sozinho", dizias-me. Mas agora...Quanta solidão e perda se pode carregar e sentir no oceano que corre aqui do lado e pelo meio de nós?

Para Inglês ver

No debate de hoje da Ar, o PSD referiu n vezes, o quanto é que os parceiros internacionais tem elogiado os progressos de Portugal. Fala-se mais dos internacionais e da Europa do que do interesse português. Já acabava esta tendência para se deixarem maravilhar e controlar por tudo o que é estrangeiro.
Outra coisa idiota é a disciplina de voto em que um partido inteiro se abstém. Se aqueles marmanjos estão lá a ganhar dinheiro e são supostamente eleitos por nós cidadão, não é com certeza para chegar a uma votação e lavarem dali as mãos. Que política de treta!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Desde que tocou o despertador ás 7:45 até que cheguei a casa ás 19h, o sono acompanhou-me para todo o lado. Foi um dia penoso. E agora, em que Morfeu podia chegar em força, para aproveitar o balanço e ir deitar cedo, sumiu-se, evaporou-se, saiu do mapa...ou seja: vou voltar a adormecer tarde a arrastar-me durante o dia. Ando a precisar de Xanax!
Esta semana recebi uma amiga minha aqui em casa. Para agradecer trouxe-me trufas. De chocolate preto, de leite, branco, com recheio de café, frutos vermelhos, caramelos,etc, etc... De-li-ci-o-sas...assim mesmo, devagarinho...que devia ser como eu as devia saborear, tipo uma por dia...mas não, isso comigo nunca funciona. Depois de uma vem outra, e outra...o que resulta que em dois dias ( duas noites - ainda pior) acabei o pacote. O Verão a chegar e eu a engordar quando passei o Inverno todo em forma. Está bonito!

Contrastes

sábado, 24 de março de 2012

E hoje a chuva finalmente chegou







E como fã da música do António Variações, "Estou Além", hoje é só isto que queria...

Daqui a 3 dias

No coliseu dos Recreios

sexta-feira, 23 de março de 2012

Hoje dormi 4 horas, trabalhei 12h. Passei o dia a cafés, chá e bolos ( dois aniversários no mesmo dia deram 3 bolos na copa!)Muito açúcar e muita cafeína de cada vez que tinha que fechar os olhos frente ao pc. Era para ir ouvir um belo de um jazz aqui. A cabeça diz sim, o corpo diz não!Porra, estou a ficar velha...
Odeio, odeio mesmo esta mudança de hora. Por mim abolia-se, não vejo qual a necessidade. Dormimos menos uma hora e o dia já vai alto quando acordo, não gosto. Posso continuar no mesmo fuso horário?

quinta-feira, 22 de março de 2012

Perfumes

Sugestões aceitam-se! O meu acabou e já sei que quando entro numa loja experimento uns cinco - depois disso já não tenho capacidade olfactiva - e saio sem comprar nenhum porque não me decido. Por isso atirem aí alguns nomes dos vossos perfumes preferidos, que é para não chegar à loja e começar a experimentar baseada no quão giro é o frasco!
O jornal Público tem/ publicita um site de encontros chamado "Almas Gémeas". WTF?! Suponho que a crise seja de facto elevada por aquelas mandas. É o jornal a precisar de dinheiro e a malta que anda cada vez mais sózinha e esses sites devem render.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia

Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai
Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calada assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio
De viver longe de mim
Não quero mais esse negócio
De você viver assim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim...

Flor do acaso ou ave deslumbrante,
Palavra tremendo nas redes da poesia,
O teu nome, como o destino, chega,
O teu nome, meu Amor, o teu nome nascendo
De todas as cores do dia!

Chega de Saudade, Tom Jobim

Para o D.

Calling out all designers

Bem, não precisam de ser designers, basta conhecerem algum sítio bom e barato ( em Lisboa) onde possa tirar um cursito dos básicos de tratamento de imagem ( photoshop, indesgin, corel draw, and so on) Sou totalmente alienada e sem jeitinho nenhum para esse tipo de coisas, mas é algo que pode ser bastante útil. Já tentei a auto aprendizagem mas não resulta comigo porque se há coisa que não sou é disciplinada .

Há anúncios no Carga de trabalhos que me continuam a surpreender.

"Sou artista plástica e estou envolvida com o movimento de Transiçao em Portugal.
Procuro um/a assistente com várias facetas ou dois/duas assistentes.
A/s pessoa/s têm de saber editar imagem com os programas mais usados -Photoshop, Illustrator ou outro- dispôr de paciência para organizarmos um arquivo de imagens caótico, gostar de arte e música, gostar de crianças e bébés, ter alguma disponibilidade para viajar sendo flexíveis qb.
Vamos organizar eventos sobre nova educação, eco-arte e terapias alternativas, temas sobre bébés,iniciativas novas dentro do movimento de transição e permacultura.
Básicamente é organizar um atelier de arte e produção de eventos como meu assistente com toques de edição de imagem e comunicação media e informática, promoção de eventos e tudo o que fôr necessário- incluindo pesquisa.
Serão renumerados logo que comecemos a facilitar workshops- umas semanas após resolução do caos do arquivo e pré-produção dos eventos.Estou no Facebook como Sara Anahory Vapaos ou Studio Sapukaiah.
Contacto: Sara Anahory Vapaos / StudioSapukaiah961843293 vapaos.artwork@gmx.comstudiosapukaih.wordpress.com"

Os dois ou duas assistentes irão portanto ter todas estas valências, vão organizar arquivos caóticos, pesquisar, promover, dar uns toques em edição de imagem mas, atenção, só serão remunerados quando os workshops começarem ( se começarem) a render. Primeira dúvida: o que raio é o movimento de transição em Portugal?

Segunda dúvida, mais pertinente: há alguma alma penada que responda a este tipo de anúncios?!!

terça-feira, 20 de março de 2012

Olá Primavera


Chegaste hoje sem surpresa. Este Inverno não mo pareceu, faltou a chuva, as noites em que adormecia embalada com ela a cair lá fora, as galochas, as molhas de fim de semana. No hemisfério sul começa o Outono hoje. Impossível ficarem sincronizados, são como dois amantes destinados a nunca se encontrarem entre equinócios. Familiar! Se bem que, com o aquecimento global, as diferenças entre estações e latitudes se esbatam cada vez mais....

sexta-feira, 16 de março de 2012

Quero ver este filme


Ainda que saiba que provavelmente vou chorar como uma madalena...desde o livro do Cavalo Preto, que li aos 10 anos, que choro desalmadamente quando mete cavalos!

Querido São Pedro!

Sei que deves andar zangado com nós terráqueos, mas eu não gosto deste chove não molha. Já que tens que nos deixar com um fim de semana em tons de cinza, por favor faz com que chova. A aguinha é necessária porque, entre outras coisas, as laranjas já não sabem a nada, a fruta não é boa e está mais cara, e eu gosto delas é bem docinhas e baratas. Além disso, isto assim não parece Inverno e eu já tenho saudades de dormir com o barulho da chuva a cair lá fora. Ou ver um filme numa tarde de sábado enrolada na manta, sem qualquer tipo de remorso, porque chove a potes, ou dançar na chuva, que também é tão bom. A última vez foi no dia 1 de Janeiro no Porto e tenho boas recordações. Manda vir mais por favor . Obrigada!
2 semanas depois do meu glorioso escaldão de corpo inteiro ( coisa nunca antes ocorrida) sinto-me uma autêntica cobra, a descamar pele morta. O bonito tom dourado das pernas ( que nunca bronzeiam, são continuamente brancas) está a sair porque tenho pele a escamar em todo o comprimento. Brasil, next time, factor 60 apenas!

terça-feira, 13 de março de 2012

Acabou-se!

Já não tinha acesso a Facebook ou email. Agora, até o prazer de ver blogues me foi vedado. Acabaram com o acesso a tudo o que seja domínio blogspot. As minhas horas mortas no trabalho ( que são muitas ) tornaram-se ainda mais penosas. No entanto, Record e A Bola continuam disponíveis. É justo?! Ditadores!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Seu Jorge não é a mesma coisa que Jorge Ben Jor

Pequeno episódio constrangedor! E o único motivo pelo qual o vou confessar é porque me rio com ele de cada vez que me lembro da trenguice e distracção. Ora bem: eu tenho um cd do Seu Jorge ao vivo, em dueto com a Ana Carolina. Não conheço mais nada dele além desse cd já antigo. O mesmo acontece com o D . julgo. No entanto, advogo que gosto do cantor pela tonalidade da voz e letras das (poucas) músicas que conheço. Ao ver um panfleto que anunciava um concerto no Circo Voador, corremos a comprar bilhetes, sem pensar muito no assunto, contentes por ir a um concerto no Rio, marcado para as 23h de uma sexta feira.
No dia em causa lá estávamos animados, a escolher os melhores lugares na bancada de cima. A animação foi esmorecendo com as 2h 30 de atraso e deu lugar a uma irritação pelo artista que, claramente não tinha respeito nenhum pelos fãs.
O artista esse apareceu eram 1h30 da manhã depois de muitos apupos do público e sem uma explicação. Tinha o cabelo curto ( nada das rastas do Seu Jorge) e a voz também parecia diferente. Chateados decidimos contudo aproveitar o concerto, afinal tínhamos esperado tanto tempo.... Começa a primeira música, depois a segunda. E nisto, numa inspiração de um segundo, viro-me para o D. e exclamo " Este não é o Seu Jorge, a voz não tem nada a ver" . Ao que uma centelha de luz passa nos olhos dele no mesmo momento e só aí nos apercebemos que tínhamos confundido os nomes. Fôramos afinal ver o Jorge Ben Jor, que nada tem que ver com o primeiro. Nem o nome no bilhete nos fez estranhar, nem o cabelo, nem a música inicial. Foi um episódio de cromice sem igual, mas acabamos a rir na mesma hora, incrédulos e divertidos com a situação. Acabamos a dançar na mesma, mesmo sem conhecer uma única música e com mais um nome de música brasileira no curriculum cultural!

Para a Pat

Tu não sabes, mas este fim de semana estive com a L. e a com a A. e levei-lhes o saco de vernizes que trouxe do Brasil para elas escolherem. Primeiro atiraram-se aos frascos, mas depois quando lhes disse, que também era para ti, decidiram não escolher nenhum e esperar pela próxima vez que estivéssemos todas juntas. Diz lá senão temos as melhores amigas do mundo?! :)

Like Flaming June







Um dos quadros que mais gosto é a Flaming June de Frederic Leighton que vi pela primeira vez exposto no Museu do Prado em Madrid. O que mais me apela nele são aquelas tonalidades de laranja. E quando se fala das cores e cheiros do continente sul americano não deve ser só para ambientar um certo exotismo. É porque é realmente diferente e intenso.
Nunca vi um por do sol tão magnético como o dos dias que passei no Rio, julgo que o sol se põe com mais rapidez e o laranja ofusca tudo em redor. Ficam as fotos de um pôr do sol visto da praia e que, modéstia à parte, me parecem postais.
Ainda não aterrei e parece-me que ando reticente em olhar para a minha realidade. Durmo como não acontecia faz muito, não sei se é do cansaço acumulado mas agradeço este aterrar na cama e dormir para lá das 11h da manhã. Saí de Portugal numa vaga de frio e volto já é Primavera, ou pelo menos parece. Estamos em Março de 2012 e ganho aqui uma maior liberdade para poder sair da empresa sem agravantes financeiros. O desejo de mudança de cenário cresce cada vez mais, tal como a minha impaciência. Um dos elementos da equipa vai sair em Abril para abraçar novos desafios fora da empresa e, quando o chefe o comunicou, eu só queria que fosse de mim que ele estivesse a falar ( ainda que não gostasse de ir trabalhar para onde a pessoa em causa vai). Vou então tentando não olhar o calendário nem fazer a contagem dos meses que passam, tentando conservar em mim uma certa tranquilidade adquirida sob os 40graus do Brasil. Um dia de cada vez....

quarta-feira, 7 de março de 2012

O Rio continua lindo...
















A diferença anunciou-se ainda em voo, quando olhei para o chão que se avistava e vi lagoas intercaladas com morros e floresta, por kms a fio. Depois, quando aterrámos, ainda dentro do avião quase conseguia sentir o cheiro a calor e a vegetação. Aquele bafo quente que nos atinge assim que saímos porta fora inunda-nos de calor e cheiro a humidade e a terra. É realmente diferente de tudo o que é europeu, e isso é bom demais, essa sensação de novidade. A última vez que tive este impacto foi quando fui ao Egipto, já vai para uns bons anos.

Quanto à cidade em si, é maravilhosa como conta a música e assombra-nos de entusiasmo e de pavor também. É, definitivamente, uma cidade de contrastes gigantes. De um lado aquele mar, as praias plantadas com palmeiras e o sol tropical, o açaí e as frutas deliciosas que não cansei de provar, a água de coco gelada como a única coisa capaz de matar a sede naqueles 37 graus que apanhei quase diariamente. A beleza no topo do Pão da açúcar que me deixou efectivamente sem palavras, num estado contemplativo puro, e o assombro do Cristo, ofegante a cada lance de escadas desbravado. O pôr do sol em Ipanema por detrás da Pedra da Gávea, as bicicletas da lagoa e o ar europeu do Leblon.

E depois o lado mau: a insegurança que não se sente, mas que pode estar presente em qualquer parte, a limitação de liberdade que isso traz, o cuidado redobrado. Os engarrafamentos e o trânsito caótico, as distâncias e os tempos de percurso, a falta de educação das pessoas e as praias imundas, o custo de vida obsceno ( o Rio é a sexta cidade mais cara do mundo). Senti-me verdadeiramente pobre, nem da classe média eu seria ali, incapaz de comprar o que fosse naqueles shoppings ( vestidos e biquínis lindos sim, mas proibitivos - trouxe um biquíni por junto e um vestido encontrado no centro da cidade). Depois nota-se tanta segregação: os bem vestidos, os mais cuidados só vês em certos bairros da cidade, raramente apanham autocarros. A praia é talvez o único sítio onde se misturam. Ainda há tanto servilismo também (ainda têm ascensoristas - sim, só para te carregarem no botão do elevador e nos restaurantes servem-te directamente no prato). Além disso, há zonas que parecem de guerra, com portões altos a toda a volta e arame farpado electrificado em redor. Nenhum edifício é aberto, vive-se em condomínios fechados com vigias nas passarelas e nas entradas de cada prédio. Achei que a cidade pode ser muito hostil, opressiva até e que os cariocas não são os brasileiros mais acessíveis ou simpáticos do Brasil. Conservam aliás a imagem do português que guarda dinheiro em baixo do colchão e foi com espanto que tive uma senhora a afirmar com ganância que eu deveria ter um valente maço de notas em casa. A maneira como o afirmou foi mesquinha e não se fiou quando lhe assegurei que o Portugal de hoje está muito diferente de dias de emigrantes passados em que isso podia acontecer.

Tenho tanta foto que ainda não consegui organizar nem metade, e voltei tão cansada que, no dia seguinte ao meu regresso deixei a sopa no bico do gás enquanto tomava um banho demorado (escusado será dizer que esturrou) e pior, no supermercado já estava na caixa quando me lembrei de ir buscar dois produtos, os quais, no regresso invés de os colocar no tapete das compras, levei-os directo para o saco, mesmo em frente à operadora de caixa.Lá me desculpei com o voo de 10 horas, mas não sei se aquilo colou!

Ficam por agora estas fotos.