it is broke before you know it, before you knew what it was for.
troca-me por quem tu quiseres. a sério, não faz mal. quinze dias mediante a apresentação do talão. não tem nada que enganar. vai lá e diz que já estava estragada quando abriste a caixa, que me faltava uma peça, que tinha um risco. vão-te perguntar
- de certeza que não a deixou cair ao chão?
e tu vais dizer que nem sequer me pegaste ao colo. eu assentirei. e eles acreditarão.
de mais uma tua.
Ao som de "The President" - Snow Patrol.
they gave me a new pair of glasses, indeed
só agora notei que já foste embora há muito tempo ...
[as pessoas dizem que não é possível alterar o passado, mas no fundo isso são tretas para seguirmos em frente. a verdade é que o passado não é um bloco de granito, é mais um copo de água que muda de cor consoante os olhos com que o fitares. no fim, ninguém sabe muito bem o que verdadeiramente aconteceu. ou talvez tenha acontecido tudo em simultâneo.]
... e o meu passado de repente mudou. é como ver um filme pela segunda vez, mas agora com os comentários do realizador.
*Carolina*
Ao som de "Liar" - Mumford & Sons
i would even make a hot beverage
e de repente todas as pessoas têm mais que fazer. e todas as pessoas de repente têm uma pessoa menos eu. e eu não sei que fiz às pessoas que tinha, ou as afugentei com o meu barafustar de braços, ou elas perceberam sozinhas que eu não sou pessoa com quem se esteja porque sim.
i tell you now where was your fault.
nunca te falei de ti a ninguém porque acho sempre não me saber explicar, e depois as pessoas fazem as perguntas mais complicadas aos apaixonados
- como é que se conheceram?
mas a forma recíproca de conjugar esse verbo troca-me as voltas à língua quando lhes vou para responder
- foi numa passadeira.
a bem dizer tu não me conheces, e a bem dizer a ti também não te conheço eu. mas acho que tenho um bom ponto de partida para uma conversa complicada com a amiga mais coscuvilheira do grupo
- foi amor à primeira vista?
primeiro faria um esgar. não responderia logo porque aquilo me evocaria memórias atordoantes. depois, diria mais ou menos assim:
foi como um livro. lês-lhe o título e achas giro. da segunda vez na livraria tocas-lhe devagar, lês-lhe a contracapa. um dia à socapa folheia-lo e lês uma frase de início de capítulo. a partir daí quando passas na livraria, olhas para o livro mas ele não chega a olhar bem para ti. vês que ninguém o leva e achas que podes esperar, mas e se te enganas? amor foi, mas melhor era se tivesse sido coragem à primeira vista.
I.W.@
Ao som de "White Blank Page" - Mumford & Sons.
o universo tem um fundo falso.
de vez em quando há coisas que têm tudo para dar certo e não dão. não dão. e ninguém sabe porquê nem ninguém nunca saberá. segues a receita do livro à risca e o bolo afinal sabe mal. que podias ter feito mais senão isso? inquieta porque a bilateralidade é incoerente, e dois mais dois só são quatro em dias de sol. e porquê? porquê? morre-te um doente e tu dizes que fizeste tudo e não chegou, mas como é que tudo não chega? que injustiça porem-nos aqui num mundo onde o tudo pode não chegar, onde nem disso estamos certos. onde não há axiomas matemáticos que nos valham, ou constantes de Plank.
tu, por exemplo, vives em busca da perfeição porque acreditas que se a atingires vais ser feliz. mas e se agora te disser que não? que não adianta, porque a perfeição pode não chegar. o que é que fazes, o que é que vais fazer? o que é que ainda te faz sentido?
*Carolina*
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