No outro dia a TVI passou uma reportagem
sobre as relações contemporâneas. Mostrava um grupo de mulheres de bem
com a vida, na casa dos 40 anos, a assumirem-se como solteiras convictas
e contentes. Os homens idem aspas. Ainda que uma minoria destes homens
e mulheres possam ser assim felizes como a reportagem mostra, ao
dormirem com uma pessoa diferente todas as noites, não acho que esse seja
o desejo da maior parte do mundo.
Pelo contrário. E noto que a partir
de uma determinada idade as pessoas têm tanta pressa em apenas "ter
alguém" que qualquer pessoa serve, cumpra ou não os requisitos.
Não me entra na cabeça como pode alguém
preferir aguentar a presença constante de alguém que não se ama para
se fugir a estar sozinho. E mete-me uma certa confusão um caso recente
em que começaram um namoro com cerca de mês e meio ( ele andava à caça
de qualquer mulher, literalmente qualquer uma que o quisesse, só de o ouvir
um par de horas uma noite fiquei a saber do rol de desiludões e do grau
de desespero. E ela, a tentar superar um amor não correspondido, acabou
com um tipo que não tem nenhum dos predicados que ela dizia querer) Comunicou
o namoro como quem diz que vai jantar fora, de forma tão banal e corriqueira
que nada faz lembrar as borboletas no estômago ao mês e meio. E também
que estavam a pensar morar juntos. Com um mês e meio.
Não entendo esta
forma de fazer as coisas. Tudo tem um tempo, tal como a paixão tem um tempo
para crescer, florescer e chegar ao ponto em que faz sentido ir morar com
a outra pessoa. Não é o primeiro caso á minha volta, não será o último.
Em busca de um grande amor que não chega, as pessoas contentam-se com o
que há, o que aparece, e depois correm para aquilo em toda a velocidade,
com medo que acabe antes de eles terem tempo de viver como acham que deveriam
viver perante a idade que tem e perante a sociedade. E estes casos entristecem-me.
Entristece-me a banalidade com que falam do namorado de um mês, quase com
um encolher de ombros, sem sorriso, sem brilho no olhar. Entristece-me
que ande tanta gente á procura da metade da laranja sem nunca encontrar.
E entristece-me mais que, havendo quem encontre, deite fora mesmo sabendo
que aquilo não aparece todos os dias. Também acontece e é mil vezes pior.
Não me esqueço da frase do Mystic River,
em que o namorado desolado pelo assassinato da namorada, é reconfortado
pelo polícia que lhe diz que ele é novo, que vai voltar a ser feliz. E
ele, muito sério e seguro do que diz, olha-o nos olhos e pergunta"
Um amor destes não acontece à maioria das pessoas uma única vez durante
a sua vida, quanto mais duas vezes". O polícia cala-se.
Espero nunca me tornar nisto, na pessoa
que um dia aceita um namorado como quem vai ali jantar fora e já volta.
Espero nunca deixar de ter brilho no olhar e sorriso rasgado se tiver um
namorado de um mês. Prefiro mil vezes estar sozinha, no meu canto, a tolerar
ou aceitar a presença de outra pessoa só porque sim.
tudo tem o seu tempo. conheço casos que com essa rapidez deram certo e com essa rapidez deram errado. cada dupla é unica no seu tempo e na rapidez das decisões que tomam. sempre disseram que o amor nao se procura, encontra-se. mas na realidade também tens que ter os olhos abertos, caso contrário ele passa-te à frente e não o ves. a seu tempo.
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Eu, 40 anos, solteira convicta, feliz e contente me assumo:) Talvez faça parte dessa minoria, que se sente bem com a sua independência, com o controlo sobre a sua vida, estando com quem quer quando lhe apetece, e não sentindo falta de nada mais além disso.
ResponderEliminarJá tive relacionamentos sérios e longos quando era mais novita. Até aos 30 posso dizer que estive sempre em relacionamentos longos. Depois a cabeça muda, a vida muda e tornei-me mais exigente. Isto de morar sozinha há 10 anos (e gostar) também tem as suas consequências. Habituei-me ao meu espaço, à minha liberdade, ao facto de ser dona e senhora das minhas vontades, de não ter de dar satisfações a ninguém de nada, e ter de deixar entrar alguém na minha vida com esse estatuto de "namorado" torna-se complicado. Não é qualquer um que serve, e nem eu quero qualquer um. Aliás, eu nem quero ninguém, não procuro ninguém, não faço questão de ter ninguém. Aproveito os bons momentos que vão surgindo, desfruto da companhia de quem me vai agradando, porque gosto, porque me divirto, porque estou viva, mas namoro é outra história. E não consigo conceber a ideia de ter alguém só para não estar sozinha. Até porque, na minha opinião, só se sente sozinha quem não se sente completa.
olá. Eu namorei pouco e por pouco tempo...eu resido perto do Porto e a namorada, residia em Oliveira do Hospital. Não havia muito tempo para o namoro. Mas amava-a muito e só terminou porque ela quis, porque tinhamos sido os primeiros namorados um do outro, em 2005, mas ainda nutro grande carinho por ela, apesar dela ser casada, mas é daquelas pessoas que me manda mensagens pelo Natal e pelos Anos. Um dia, não sei o que ela tinha ( algumas mulheres odeiam contar porque se sentem tristes e só sabem dizer que alguém as desiludiu ), talvez em 2009, manda-me uma mensagem à uma da manhã a dizer " quem me dera que estivesses aqui ao meu lado, que pena não viveres aqui em Oliveira do Hospital ou não seres meu vizinho, queria tanto um abraço teu, porque é que as pessoas nos desiludem? " e já namorava ou estava noiva na altura. Ainda sentimos amizade e carinho um pelo outro. Tive hipóteses de namorar em 2010, duas jovens gostavam de mim, mas como eu não sentia amor, não quis namorar. Resisti ao assédio de uma amiga de propósito, porque se a Amasse, teria namorado e não quis namorar com outra jovem, que ainda hoje noto que sente um fraquinho por mim. Mas é claro que quero namorar, mas por AMOR. Hoje em dia, muitas relações são descartáveis. Há uns anos quando me apercebi disso, custou-me essa realidade, mas é assim. O Amor, o verdadeiro amor está para os românticos.. beijos
ResponderEliminarConheci o seu blog hoje. Manhãs de sábado em que nos podemos dar ao luxo de andar por aí devagarinho. Seja num simples passeio lá fora. Seja navegando pela net.
ResponderEliminarGostei francamente deste seu post, desta sua forma de abordar um assunto em que já pensei tantas vezes, e encontrar uma pessoa que tem uma linha de pensamento próxima à nossa é aconchegante.
Voltarei, se não se importar :)
Obrigada Maria! Bem vinda e volte sempre! :)
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