sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Paris in the Springtime
Entre ontem e hoje despedi-me e assinei novo contrato. Começo segunda-feira.
Depois de 3 horas de testes psicotécnicos, entrevista com psicóloga que me administrou o teste de Rorschach ( vi uma folha de um plátano, dois camarões e umas mãos, enfim, não vi nada, era o que me fez parecer à primeira pelo menos) entrevista em inglês, entrevista em francês e entrevista com a big boss do departamento onde vou ficar inserida, I got the job!
E foi do género:
Senhora dos Recursos Humanos: Tenho uma boa e uma má notícia. Qual quer primeiro?
Eu: A má para depois ser compensada pela boa.
Senhoras dos RH: Mas a má decorre da boa.
Eu: Enfim, então diga lá.
Senhora dos RH: A boa é que ficou com o lugar, a má é que lhe vou pedir que se desvincule ainda hoje para amanhã ir reunir as documentações necessárias, fazer exames médicos e poder começar connosco esta segunda-feira.
Eu: Silêncio
Senhora dos RH: Eu sei que isto é muito depressa e nem dá tempo para assimilar, mas tem mesmo de ser. Segunda começamos a formação e daqui a um mês talvez tenha que ir para Paris passar seis meses em formação.
Eu: Silêncio. engulo em seco. Hum...bem....mas eu comecei a trabalhei faz hoje um mês e era suporto dar 15 dias de aviso à casa.
Senhora dos RH: Bem, essas coisas nunca são assim tão lineares. Tenho a certeza que você lhe sabe dizer a coisa de modo a que ninguém fique chateado!
E foi assim. Saí da entrevista e fui trabalhar. Tive basicamente meia hora para pensar em tudo aquilo e decidir se me despedia ou não. E resolvi saltar. Foi tudo muito rápido, ainda nem sei bem em que pé estou, esta também não é a minha área de eleição, mas quem não arrisca não petisca e eu gosto de aceitar desafios para não ficar a matutar neles depois.
Então despedi-me. A M. foi super compreensiva e em um mês e pouco fiz amigos lá dentro. Custou-me sair assim, mas não havia outro jeito.
Hoje de manhã ainda fui trabalhar, depois passei duas horas na loja do cidadão à cata de documentos. Depois fui assinar contrato. Depois atravessei meia cidade para ir ser picada, radiografada e analisada. Depois corri até à sede do antigo trabalho para entregar a rescisão do contrato e receber o dinheirinho. Sai de lá, apanhei o metro, seguido de autocarro que demoraou 40 minutos a fazer uma distância de 10 kms - como eu odeio as sextas-feiras em Lisboa, especialmente quando está de chuva - fui comprar bens essenciais à minha despensa e à minha sobrevivência se quero comer entre hoje e amanhã e, finalmente fui trucidada num outro autocarro por uma horda de passageiros molhados e stressados, ansiosos por chegar a casa.
Dói-me os braços de carregar as compras e estou cansada. Hoje quero jantar cedo, refastelar-me no sofá a ver a Grey´s Anatomy e dormir cedo. Esquecer que segunda feira está ao virar da esquina. Agora que me tinha acostumado com o novo trabalho é que tenho de repetir toda a adaptação de novo. Mas, se se confirmar, Paris na Primavera deve ser lindo ;)
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Sem tempo para nada
Isto de trabalhar e andar a prestar provas mais que exaustivas para outro emprego tem que se lhe diga. Tem que se fazer malabarismos e mágicas com os horários, mentir ao patrão sobre o motivo da ausência, correr de um lado para o outro para me fingir muito serena quando entro na sala de entrevista, sair de lá e voltar a correr para o trabalho. Já vou para a terceira entrevista depois de duas sessões de provas de selecção. Porém o meu entusiasmo hoje foi deitado abaixo quando me explicaram o teor da função e, ao contrário do anúncio que a empresa tinha publicado, não tem muito ou nada que ver com a minha área ou com o que gosto de fazer. Nada de escrita, criatividade ou dinâmica. E eu sinto-me cada vez mas presa nesta espiral de obrigações e obrigatoriedades da vida. Tenho inclusive que estudar para a entrevista de amanhã (sim, outra! ) e a vontade é quase nula como se vê por eu ainda estar aqui a escrever invés de me ir agarrar aos livros. I need to catch my breath.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Dos testes psicológicos...
Ontem passei 3 horas enfiada numa sala de um prédio antigo de Lisboa, gelada, sem um aquecedor ou ar condicionado que fosse, a fazer testes psicoténicos do mais exaustivo que fiz até hoje. Não sei se o frio da sala era um factor induzido para testar a minha capacidade de concentração perante condições adversas mas era escusado, especialmente porque fiquei pior da constipação que já trazia.
São uma coisa engraçada estas agências de recrutamento e selecção de pessoal. Os psicólogos entram mudos e saem calados, nada ou muito pouco te é dito do que vais fazer e tentam criar ao máximo um ambiente de intimidação. Pelo menos comigo sempre aconteceu mais ou menos assim.
Fiz teste de inglês, francês, 300 perguntas de avaliação psicológica - que a meu ver são das maiores tangas que existe, apetecia-me rir com algumas delas, seja pelo absurdo ou relevância da pergunta (tipo: " costuma subir os degraus de escadas dois a dois?"!!ou porque só não tendo noção alguém iria confessar que " não faz amigos facilmente", quando se está farto de saber que eles procuram sempre alguém sociável - testes diagramáticos, testes de atenção, testes de compreensão verbal e teste de matemática onde me vim a despenhar. Se eu sou de letras, já não tenho matemática desde o 9º ano, se a função para a qual concorri está ligada ás letras, porque raio me colocam um teste numérico com fracções, divisões e equações que talvez nem com máquina de calcula conseguisse fazer, quanto mais sem ela!
Sou muito, muitíssimo céptica em relação à porcaria destes testes, porque são falíveis e subjectivos. E quando estamos a concorrer a um lugar que queremos mesmo não é justo que um método falível e subjectivo nos venha cortar as asas ainda antes de tentarmos causar boa impressão numa entrevista. Pior é que isto é maior do que uma praga de gafanhotos e para quase todo o lado hoje em dia tem que se prestar provas do género. Que óptima maneira de empregar psicólogos não?
Não me entendam mal, eu até acho a psicologia bastante interessante. Mas a psicologia organizacional não deveria nunca ser usada desta maneira generalizada. Tem a pretensão de colocar tudo em caixinhas e considerar que tudo o que está fora da caixa não é "apto para"... irrita-me profundamente.
Por exemplo, a primeira vez que fiz testes diagramáticos correram muito mal. Já o meu namorado foi bem sucedido, ele que também fez os mesmos testes na mesma ocasião, também pela primeira vez. A diferença? Ele tem imensa prática em jogos que incluam abstracção visual. O psicólogo que me realizou os testes disse-me que os resultados representavam o meu QI e que eram estáveis e imutáveis. Quando lhe perguntei se praticando poderia alterar os resultados, ele deu-me um não redondo. Mas aquilo era o mesmo que chama-me de burra, não?!
Não podia ter ouvido pior resposta. Gastei 40 euros em livros com exercícios psicoténicos e pratiquei e pratiquei. Resultado? Hoje consigo fazê-los sem dificuldade e a minha vontade é aparecer à frente do dito psicólogo e pedir-lhe para repetir o teste. Adorava mostrar-lhe o quanto é que são imutáveis!
É por isto que quando ontem me veio uma colega psicóloga falar da veracidade do teste de Rorschach fiquei mais de meia hora a contra argumentar contra a porcaria de um teste de não quer dizer nada, porque quer eu veja um coelho ou uma lâmina nas manchas negras isso não faz de mim uma pessoa passiva, doce ou com instintos assassinos. E o pior é que esta malta é toda meia apanhada do cérebro. Portanto andamos a ser avaliados por pessoas que talvez não sejam as mais indicadas para avaliar alguém. Aliás, que direito tem alguém de vir colocar um monte de exercícios e dizer-te que se não adivinhares a posição do cubo após 4 rotações sobre si mesmo, não és apta para o lugar? Irrita-me já vos disse?!
São uma coisa engraçada estas agências de recrutamento e selecção de pessoal. Os psicólogos entram mudos e saem calados, nada ou muito pouco te é dito do que vais fazer e tentam criar ao máximo um ambiente de intimidação. Pelo menos comigo sempre aconteceu mais ou menos assim.
Fiz teste de inglês, francês, 300 perguntas de avaliação psicológica - que a meu ver são das maiores tangas que existe, apetecia-me rir com algumas delas, seja pelo absurdo ou relevância da pergunta (tipo: " costuma subir os degraus de escadas dois a dois?"!!ou porque só não tendo noção alguém iria confessar que " não faz amigos facilmente", quando se está farto de saber que eles procuram sempre alguém sociável - testes diagramáticos, testes de atenção, testes de compreensão verbal e teste de matemática onde me vim a despenhar. Se eu sou de letras, já não tenho matemática desde o 9º ano, se a função para a qual concorri está ligada ás letras, porque raio me colocam um teste numérico com fracções, divisões e equações que talvez nem com máquina de calcula conseguisse fazer, quanto mais sem ela!
Sou muito, muitíssimo céptica em relação à porcaria destes testes, porque são falíveis e subjectivos. E quando estamos a concorrer a um lugar que queremos mesmo não é justo que um método falível e subjectivo nos venha cortar as asas ainda antes de tentarmos causar boa impressão numa entrevista. Pior é que isto é maior do que uma praga de gafanhotos e para quase todo o lado hoje em dia tem que se prestar provas do género. Que óptima maneira de empregar psicólogos não?
Não me entendam mal, eu até acho a psicologia bastante interessante. Mas a psicologia organizacional não deveria nunca ser usada desta maneira generalizada. Tem a pretensão de colocar tudo em caixinhas e considerar que tudo o que está fora da caixa não é "apto para"... irrita-me profundamente.
Por exemplo, a primeira vez que fiz testes diagramáticos correram muito mal. Já o meu namorado foi bem sucedido, ele que também fez os mesmos testes na mesma ocasião, também pela primeira vez. A diferença? Ele tem imensa prática em jogos que incluam abstracção visual. O psicólogo que me realizou os testes disse-me que os resultados representavam o meu QI e que eram estáveis e imutáveis. Quando lhe perguntei se praticando poderia alterar os resultados, ele deu-me um não redondo. Mas aquilo era o mesmo que chama-me de burra, não?!
Não podia ter ouvido pior resposta. Gastei 40 euros em livros com exercícios psicoténicos e pratiquei e pratiquei. Resultado? Hoje consigo fazê-los sem dificuldade e a minha vontade é aparecer à frente do dito psicólogo e pedir-lhe para repetir o teste. Adorava mostrar-lhe o quanto é que são imutáveis!
É por isto que quando ontem me veio uma colega psicóloga falar da veracidade do teste de Rorschach fiquei mais de meia hora a contra argumentar contra a porcaria de um teste de não quer dizer nada, porque quer eu veja um coelho ou uma lâmina nas manchas negras isso não faz de mim uma pessoa passiva, doce ou com instintos assassinos. E o pior é que esta malta é toda meia apanhada do cérebro. Portanto andamos a ser avaliados por pessoas que talvez não sejam as mais indicadas para avaliar alguém. Aliás, que direito tem alguém de vir colocar um monte de exercícios e dizer-te que se não adivinhares a posição do cubo após 4 rotações sobre si mesmo, não és apta para o lugar? Irrita-me já vos disse?!
É por estas coisas que eu gosto do Obama
A china está metida em Bully. Faz-me lembrar quando somos crianças e dizemos ao colega...se andas com a Maria não podes andar comigo. Ou se te dás com bem a Joana vais-te ver comigo. Cresçam! Há alguém que apoie a expropriação do Tibete pela China?!
Que tenha duvidas quanto ao imperialismo desta última ou duvide das reivindicações de independencia do Tibete? Já era altura de uma grande potência lhes fazer frente.
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
"Posso contar, por exemplo, o caso de um estágio de formação em França em que, no início, cada um dos 15 participantes, todos eles quadros superiores, recebeu um gatinho. O estágio durou uma semana e, durante essa semana, cada participante tinha de tomar conta do seu gatinho. Como é óbvio, as pessoas afeiçoaram-se ao seu gato, cada um falava do seu gato durante as reuniões, etc.. E, no fim do estágio, o director do estágio deu a todos a ordem de… matar o seu gato. Só que aqui ninguém estava a apontar uma espingarda à cabeça de ninguém para o obrigar a matar o gato. Seja como for, um dos participantes, uma mulher, adoeceu. Teve uma descompensação aguda e eu tive de tratá-la – foi assim que soube do caso. Mas os outros 14 mataram os seus gatos. O estágio era para aprender a ser impiedoso, uma aprendizagem do assédio. "
Eu não quero viver num mundo onde os gestores de recursos humanos/patrões/colegas das empresas onde trabalhamos são treinados para serem impiedosos a este ponto, como máquinas que executam sem questionar. Pergunto-me como é que, de 15 pessoas, 14 mataram o seu gato. Pergunto-me em que estatísticas andará a humanidade. Triste apenas. E preocupante, muito.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
O Polvo
Bem apropriado este título do Sol, não?!
No meio deste escândalo todo vem o Governo e os juízes que acobertam a administração falar em segredo de justiça. "Ah e tal, a justiça está corrompida, que grande desgraça Meu Deus", "Ah e tal a justiça em Portugal está seriamente comprometida", "Ah e tal temos delatores e traidores e hereges no seio do nosso querido sistema de justiça". Eu só tenho a dizer que agradeço aos "traidores", porque se não fossem por eles nada disto viria a público. E o que se passa com a Comunicação social é muito mais relevante do que o segredo de justiça.
No meio deste escândalo todo vem o Governo e os juízes que acobertam a administração falar em segredo de justiça. "Ah e tal, a justiça está corrompida, que grande desgraça Meu Deus", "Ah e tal a justiça em Portugal está seriamente comprometida", "Ah e tal temos delatores e traidores e hereges no seio do nosso querido sistema de justiça". Eu só tenho a dizer que agradeço aos "traidores", porque se não fossem por eles nada disto viria a público. E o que se passa com a Comunicação social é muito mais relevante do que o segredo de justiça.
Um segredo que é violado em nome de algo maior, para mim é sempre bem-vindo. De outro modo nada disto nunca viria à tona e continuamos todos a ser marionetas das notícias com que nos querem alimentar. Que outro modo de provar a censura? Se isto fosse nos Estados Unidos seria como nos filmes, em que alguém quebra um monte de regras para poder revelar algo importante mas que, por ser maior, acaba por compensar. Aqui, temos toda uma classe política a aglomerar-se qual exército romano em posição de tartaruga e a tentar atirar-nos areia para os olhos com a desgraça em que caiu a justiça nacional. Eu estou-me bem a lixar para esses clamores. Justiça era agora esta malta toda vir a ter as devidas penalizações. O Governo pela interferência, os juízes pela ocultação de prova.
Mas Portugal sempre foi corrupto, verdade? Como escreveu a poeta brasileira Elisa Lucinda, sobre o seu Brasil, "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal."
Fica o poema: Só de Sacanagem:
“Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
- Não roubarás!
- Devolva o lápis do coleguinha!
- Esse apontador não é seu, minha filha!
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão: - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.
E eu vou dizer: - Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau. Dirão: - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal.
E eu direi: - Não admito! Minha esperança é imortal!
E eu repito, ouviram? IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.”
Mas Portugal sempre foi corrupto, verdade? Como escreveu a poeta brasileira Elisa Lucinda, sobre o seu Brasil, "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal."
Fica o poema: Só de Sacanagem:
“Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
- Não roubarás!
- Devolva o lápis do coleguinha!
- Esse apontador não é seu, minha filha!
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão: - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.
E eu vou dizer: - Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau. Dirão: - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal.
E eu direi: - Não admito! Minha esperança é imortal!
E eu repito, ouviram? IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.”
Já alguém fez testes de avaliação psicológica pela Psicoteste?
Testes de recrutamento, entenda-se! Sei que andam todos na mesma linha mas por vezes, dependendo da empresa de recursos humanos que os realiza, é dado mais ênfase a determinada área. Se alguém já fez testes com eles , let me know please!
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Vozes de Rádio
Hoje no trabalho uma das colegas disse-me que eu tenho voz de locutora de rádio.Este é um comentário que recebo constantemente. Pessoas novas que vou conhecendo, colegas de trabalho. Perguntam-me muitas vezes se fiz rádio, se gostaria de fazer, ou até se tive formação de colocação de voz. E se não adoro o som da minha própria voz. Não a todas as perguntas. Excepto, eventualmente se gostava de fazer rádio, que até deve ser bem giro. Bem que tive a disciplina na faculdade, mas infelizmente o professor de rádio achou que não era necessário aparecer nas aulas e que bastaria indicar quais os livros a ler para depois despejar a matéria na frequência do semestre.
A mim, a minha voz soa-me demasiado forte e gostava de ter uma daquelas vozes femininas mais suaves, quase roucas. Mas como dizem que não temos a percepção real da nossa própria voz, não sei mesmo que sonoridade terá nos outros. Por isso, dando aos outros o benefício da dúvida, donos das rádios de Portugal, se estiverem a precisar de vozes novas, eu posso ser o que andam à procura! Um emprego novo, nessa área não calhava nada, nada mal :)
LOST
Estreou ontem a última série na Fox. Foi motivo mais que sificiente para me agarrar à televisão o resto da noite. Adoro, adoro! Prendeu-me desde o primeiro episódio e, ainda que ás tantas haja já demasiada confusão quanto ao enredo e duvide que vá ser tudo, tudinho, esclarecido, é daquelas séries que não saco porque prefiro guardar as terças à noite ansiosamente, guardar um lugar no sofá, a manta, e ficar a semana a conjecturar sobre o desenvolvimento que trará o próximo episódio.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
E se ainda havia dúvidas quanto às cunhas
Mais uma prova do absurdo de nomeações no seio da Administração Pública. Independentemente do partido ou governo no poder, sempre vivemos e continuaremos a viver num país de "amigos e compinchas", corrupto, que dá mais valor ao sobrinho e ao conhecido do que ao mérito próprio.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
A Internet...
tem coisas fantásticas e úteis, ainda que eu seja um pouco céptica em relação a redes sociais e inovações que nos colocam ainda mais longe das pessoas reais. No entanto, graças ao facebook tive confirmação de que não deveria embarcar neste barco.
Uma antiga colega de trabalho conhece alguém que já trabalhou para o Paulo Branco e soube de fonte segura que o senhor está quase falido e que mantém os funcionários a recibo verde e paga quando lhe apetece. Já passei por isso e não me apetece voltar a estar na mesma situação, por muito gira que pudesse vir a ser a experiência.
Entretanto a segunda semana como "administrativa de back-office" chegou ao fim e o telefone não voltou a tocar com mais proposta de nenhuma espécie. Ando cansada e impaciente. Passo o dia todo a correr e não tenho tempo para fazer nada do que gosto: ler, escrever, fotografar (hoje esteve um pôr-do-sol tão bonito e eu sem máquina), namorar ou apenas ver um filme relaxada no sofá. Começo-me a perguntar se não está a chegar a altura de atirar a toalha ao chão. Quem espera desespera e eu já estive mais longe de desistir e voltar para casa.
Please, please let me get what I want this time
Uma antiga colega de trabalho conhece alguém que já trabalhou para o Paulo Branco e soube de fonte segura que o senhor está quase falido e que mantém os funcionários a recibo verde e paga quando lhe apetece. Já passei por isso e não me apetece voltar a estar na mesma situação, por muito gira que pudesse vir a ser a experiência.
Entretanto a segunda semana como "administrativa de back-office" chegou ao fim e o telefone não voltou a tocar com mais proposta de nenhuma espécie. Ando cansada e impaciente. Passo o dia todo a correr e não tenho tempo para fazer nada do que gosto: ler, escrever, fotografar (hoje esteve um pôr-do-sol tão bonito e eu sem máquina), namorar ou apenas ver um filme relaxada no sofá. Começo-me a perguntar se não está a chegar a altura de atirar a toalha ao chão. Quem espera desespera e eu já estive mais longe de desistir e voltar para casa.
Please, please let me get what I want this time
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Eu, se puder, também me vou
"Movimento emigratório actual comparado ao da década de 60 "
É triste quando achamos que o nosso país está podre, corrompido, sem solução. Que já nada tem para oferecer e que se continuarmos aqui seremos uma geração perdida.
O D. foi despedido porque assim, de repente, deixou de ser necessário. Estava a recibos verdes desde Agosto e acabaram de entrar duas pessoas novas. Um dos novos colegas é filho de um amigo do patrão, o outro tem um mestrado e sai pelo mesmo preço em termos salariais.
Estava a mais de metade do estágio que tem que fazer para entrar na ordem dos arquitectos (uma ordem que lhes rouba dinheiro e nada lhes dá em troca a não ser formação obrigatória e pagante). O patrão "cagou" (pardon my french mas é mesmo isso) para isso. De nada lhe valeram os muitos fins-de-semana, noites, madrugadas e feriados que ficou a trabalhar. Sem folgas, sem receber mais por isso. Ou a semana em que esteve doente mas que foi trabalhar por estarem em data de entrega de um projecto.
Apenas não há consideração, respeito e tudo é permitido. A quem detem o poder tudo é possível, todos os abusos, todos os ganhos. Estou tão furiosa quanto ele, ou mais. Estou furiosa por ele e por mim, que já ali estive, naquele exacto lugar e sei tão bem como se sente. Eu que todos os dias espero que o telemóvel toque, o que raramente acontece e quando acontece, não é nada que seja condigno ou merecedor. País de merda!
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Aborrecido: adj aborrecido, aborrecida, que causa tédio
Têm-me perguntado o quão aborrecido é o meu trabalho. Para demonstrar o quanto, nada melhor do que exemplificar um pouco.
Trabalho numa empresa de telemóveis e, ainda que a função designada seja "administrativa de backoffice", não é nada disso que se trata. Imaginem 50 números de telemóvel aos quais se tem que activar o serviço de voice mail. Há uma operação em sistema que tem que ser feita para tal fim. Tenho que fazer a mesma operação por cada número de telefone, ou seja, um a um, sejam 50 ou 300 números. Ora, tendo em conta que cada operação demora cerca de 3 minutos a ser processada, significa que passo 2h30m a processar a mesma tarefa para 50 números, repetidamente. E quando não é a activação de voice mails, é a alteração de tarifários e por aí fora. Só mudam os nomes das operações, o resto é tudo bastante similar.
Não me consigo imaginar a fazer isto durante muito tempo, seria a alienação mental completa. Mas aprendo sempre qualquer coisa, quanto mais não seja sobre a curiosa espécie humana. Aprendo, por exemplo, que há gente que gosta deste tipo de trabalho e que não pensa procurar nada mais. Como, por exemplo, o engenheiro químico que trabalha nisto há 3 anos. Continua com um contrato renovável mensalmente e com o mesmo ordenado que eu, que acabei de entrar. Não tem perspectivas de vir a subir ou sequer a integrar a empresa (continua e continuará em regime de outsourcing). Como ele estão mais uns 10, só no meu piso. Que se acomodaram, desistiram sequer de procurar outra coisa melhor e conseguem viver nisto, anos após ano, manhã após manhã. Assusta-me!
O Universo deve-me andar a tentar dizer alguma coisa…
Só pode! Ontem á noite, enquanto secava o cabelo, fiquei com o fio do secador cortado em dois, quando o liguei à ficha e aquilo deu um valente curto circuito com direito a apagão e faíscas por todo o lado. Apanhei um senhor susto com o estrondo e com as faíscas a saltarem-me pelo cabelo. Hoje de manhã, ia eu a sair do autocarro, de malinha a tiracolo quando salta a alça e a pecinha de metal quase vai direita à cabeça do passageiro que vinha a descer em seguida. Além disso, descobri que, mais uma vez o universo tem sempre forma de nos mostrar que, por pior que estejam as coisas, ainda podem piorar mais. Cada vez mais me convenço que a vida é sobretudo injusta.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Maltesers
Acabei de despachar sózinha um pacote inteirinho de maltesers. Chocólatra como sou, achei que o crocante e o chocolate de leite me fossem fazer um nadinha mais feliz hoje. Não resultou! Ainda bem que este mês é o mais curto do ano!
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