segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Novembro é a altura das avaliações no trabalho. Antes do feedback dos managers, temos de completar uma ficha de auto-avaliação com os nossos pontos fortes, fracos, etc. Depois há uma parte em que temos de falar das nossas expectativas de progressão na carreira. Ando há uma semana em volta da dita ficha e até agora só consegui completar os básicos dos básicos. Não me vem nada à cabeça sobre o que posso fazer para melhorar, ou como quero progredir. Hoje, em desespero de causa, pus-me a pesquisar no google aquelas frases feitas de entrevistas e a fazer copy paste ( quase) das respostas. É o degredo!

É o que dá quando a motivação é zero, quando há uma ansiedade crescente para encontrar algo que seja mais o que gosto de fazer, mais eu, e ter a noção plena de que, neste momento, em Portugal, tal é impossível. A noção de que, quando falo em deixar um lugar de efectividade, quando me mostro descontente, todos me olham de lado como se eu devesse estar perfeitamente feliz e dar-me por abençoada de ter um emprego fixo numa época de incertezas em que a maior parte da população luta por uma estabilidade assim. Especialmente o meu pai, que acho que deve ter pesadelos com isso e que sempre me pergunta se já gosto mais do meu trabalho ( estou aqui há um ano e meio e a resposta sempre foi não, no entanto ele tem esperança que tal mude, tão crédulo, até parece que não conhece a filha que tem, coitado!)

Não sou estúpida em deixar um emprego sem ter nada em vista, mas sou suficientemente estúpida/crédula/insensata/inconsequente conforme a perspectiva de cada um, para trocar isto por algo que me apele ao coração, por trocar este estabilidade e segurança por uma aventura que poderá resultar ou não. E tudo o que mais desejo é que essa aventura se proporcione, para poder escolher, para poder ter alternativas. Porque sempre fui apologista de que nos arrependemos do que não fazemos, e que senão tentarmos nunca vamos saber. E prefiro tentar e falhar depois, do que ficar aqui por medo de que as coisas dêem errado.

2 comentários:

  1. Como eu te percebo, querida. Encontro-me assim - desanimada. Vai daí, fui para a arena e cá ando eu a tentar encontrar algo que me faça feliz :P Lá por ter um trabalho fixo, tal não significa que devemos dar-nos por felizes.

    Beijinho :)

    ResponderEliminar
  2. Continuo a achar que isso não e estupidez nenhuma.
    Neste momento sinto-me um pouco mais satisfeita com o que tenho, com a minha rotina, mas continua a não ser o que me estimula mais. Nem pensar em desistir dos sonhos, já há demasiada tristeza na vida...

    ResponderEliminar