terça-feira, 3 de maio de 2011

Palavras assim recordam-me


porque sempre gostei tanto de poesia. E, tal como antes, está na hora de deixar as palavras levarem-me a sonhar mas, sobretudo, a fazerem-me acreditar de novo.

O Beijo

Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escaracéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (não é meu…)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar…

Alexandre O’Neill

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