segunda-feira, 9 de maio de 2011

Nunca umas eleições serviram para tão pouco

Este senhor foi meu professor no último ano da faculdade. Leccionava Direito da Comunicação e, por causa dele teve o único 10 da minha vida académica inteira. O 10 dele baixou-me a média ( que em boa verdade não me serviu de muito) e revoltou-me sempre porque eu merecia bem mais de um 10. Comparei o meu teste com malta que tinha tido um 16 e nunca percebi porque o meu tinha sido classificado com um 10.
Depois nunca gostei do senhor porque não era assíduo, era narcisista, falava mais dele próprio do que da matéria e tinha opiniões voláteis. Tanto defendia uma coisa como o seu contrário no minuto seguinte. E não gosto disso numa pessoa "normal", muito menos num advogado - na altura era apenas advogado - e num professor. Se estamos a defender uma ideologia é bom que se acredite nela, senão vale mais estar calado. Mas a minha antipatia veio com o exame final, no qual ele requereu que, no dia do exame, trouxéssemos uma foto para juntar ao teste. Eu e mais uns quantos protestamos veementemente, numa atitude que servia claramente para favorecer as caras de quem ele se lembrava e com quem simpatizava. Era um despropósito e a grande maioria de nós não levou foto alguma. Claro que os queridinhos do professor a anexaram, sabendo que sairiam favorecidos. E foram, sem surpresas! Não adiantou muito protestar: a resposta foi, estão descontentes, repitam em Setembro.
Nunca mais esqueci isto, de cada vez que o vejo agora na televisão e tenho sérias dúvidas quanto ao lugar que o senhor ocupa. Hoje li este texto dele e concordo com todas as linhas, por isso aqui o cito, mas sem duvidar por um instante que, se fosse ele a ocupar um dos lugares no Governo, seria exactamente como a cambada que lá está e que não é alternativa para nada nem ninguém. O problema de Portugal é que está cheio de gente sem carácter.

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