segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A minha colega de casa é professora e eu invejo-lhe o emprego. Não porque eu tenha grande talento ou apetência para ensinar - muito pelo contrário - mas por causa dos horários. Ganha mais do que eu, que trabalho sempre o dia completo. Ela, levanta-se quase todos os dias ás 10h e ás 17h já está em casa. O único dia em que se levanta mais cedo do que eu é à quarta feira, que é também o dia mais longo. Tudo bem que supostamente têm de preparar as aulas, mas nunca a vi aflita com trabalho ou avaliações. E além deste horário privilegiado, está de férias hoje até dia 3 de Janeiro, porque os meninos também estão de férias. Que maravilha de vida! Não tenho nada contra os professores, e sou contra o facto de terem que ser deslocalizados para darem aulas - para mim faz muito mais sentido que um professor de Lisboa fique a dar aulas dentro do concelho de Lisboa - mas bem que acabam por ter certos privilégios que os restantes profissionais não têm acesso. Por isso quando fazem mais uma manifestação eu não os apoio. Sempre foi uma classe cheia de privilégios e concordo que se estandardize a coisa. Muito bonito os juízes e professores terem dois a três meses de férias de verão, mas não é justo para quem trabalha todos os dias.

5 comentários:

  1. É curiosa esta opinião sobre os professores. Eu sou professor e trago todos os dias trabalho para casa. Tenho sempre coisas para fazer... até aos fins-de-semana estou envolvido em actividades com os miúdos. Enfim, quem corre por gosto não cansa, lá diz a sabedoria popular. Já agora felicito a sua colega de casa pelo horário desafogado.
    Aproveito e desejo-lhe Feliz Natal.

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  2. Como em tudo, uma generalização é uma generalização, acaba sempre por incluir pessoas e casos que fogem à regra...

    De qualquer modo Rui, pelo pouco que conheço, e a amostra não é de facto muito vasta, acho que os profissionais da educação em Portugal não são verdadeiros professores, são outras pessoas que na falta de algo nas suas respectivas áreas, se viraram para o ensino e, por consequencia, o que põem de sim no trabalho acaba por ser reduzido... levam pouco para casa, interessam-se pouco pelos alunos, muitas vezes não sabem ensinar... mas sabem bem aproveitar o muito tempo de férias que o estado lhes proporciona... mas como disse no inicio, uma generalização sofre disto mesmo, nem todos são iguais.

    E se o Rui é um dos que aprecia ensinar, aprecia transmitir valores aos mais novos, gosta do que faz e por consequencia a maneira como o faz sai muito, mas muito melhorada, os meus parabéns, e só tenho pena que o Rui não seja a maioria...

    Peco também desculpa por ter um pouco fugido ao âmbito do post, mas achei por bem comentar desta forma.

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  3. Rui, como diz o Alexandre, não se pode generalizar. Penso que realmente os professores são um pouco mal vistos neste momento porque são das classes mais reivindicativas - e isso só por si é louvável, alguém que faça frente ao Governo - mas continuam a usufruir de muitos privilégios. Concordo também com o Alexandre, quando diz que muitos professores seguem o ensino por falta de outra opção de trabalho e não por vocação, o que dá azo a maus profissionais. Mas lá está, no meio do joio está o trigo também e não se pode estereotipar.

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  4. Lamento que muitos "professores" venham parar ao ensino vindos de cursos que nada têm a ver com a profissão de professor. Eu tirei uma licenciatura vocacionada para o ensino, aliás com estágio integrado. Pelas escolas por onde já andei, tenho visto malta, já da velha guarda, de engenharias, arquitecturas, direito até mesmo de comunicação que por não terem o que fazer acabaram por entrar no sistema de ensino. Nem será preciso ir muito mais longe, enquanto aluno tive "professores" que o eram porque não conseguiam exercer as suas verdadeiras profissões. É, também, o que neste momento acontece com muito boa gente que se licenciou e não exercem as suas profissões, acabando por exercer outras para as quais em nada se acham motivados. Já agora gostaria de saber quais são os privilégios dos professores, sim porque eu não me sinto em nada privilegiado quando me comparo com médicos, enfermeiros, advogados e funcionários de bancos.

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