"A receita do governo para flexibilizar o mercado do trabalho é notável. À falta de melhor explicação, eis o que se passa: um trabalhador por conta de outrem que assine um contrato de trabalho, após a nova medida entrar em vigor, vai ter um salário mais baixo. Porquê? Porque a empresa que o contratar vai reflectir o novo custo - a contribuição para o fundo das compensações em caso de despedimento - na remuneração mensal do colaborador. Isto significa, na prática, que os cidadãos financiam uma espécie de imposto, disfarçado pelo nome "contribuição patronal", para cobrir parte dos custos do seu eventual despedimento. O "desconto", como a ministra Helena André disse, sai da massa salarial. Se os trabalhadores se reformarem, ou mudarem de emprego, a dita "contribuição patronal" - repercutida no salário - regressa à empresa. Genial, não é? "
por Carlos Ferreira Madeira, Publicado no I de hoje
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