segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dívida pública portuguesa

Que bonito tem sido ver o nosso querido primeiro ministro e o ministro das finanças a desdobrarem-se em mil e uma viagens de negócios para firmarem negócio com a China ou a Líbia agora.

É louvável ver o empenho destas figuras em acabarem com a dívida pública nacional que estes países compram não por caridade, mas pela contrapartida política que vão ganhar em troca. Portugal vai a partir de agora ter de defender pontos de vista de regimes ditatoriais na Europa: vamos fazer parte do coro de vozes que condena o Nobel da Paz chinês, vamos defender silenciosamente a pena de morte absurda daquele governo que condena quem ousa falar contra, a maior abertura ao comércio com a China - para mim a entrada da China no mercado têxtil Europeu foi das piores coisinhas que podia ter acontecido, além de matar muita indústria têxtil nacional fez as Zaras deste país e da Europa, aliás as Zaras e todos as outras lojas do grupo Inditex e não só - até a Naf Naf, que costumava ser de boa qualidade - num monte de lojas de chinês de etiqueta europeia. A qualidade dos tecidos é péssima. E se há uns anos comprávamos com o mesmo dinheiro que agora peças que duravam muito mais tempo, acho inaceitável pagarmos o mesmo por roupa de qualidade horrível.

Não acho razoável compactuar com um regime destes a troco de dinheiro. Acho preferível o FMI a este pacto com o diabo. Sim, a expressão vender a alma ao diabo ganha aqui a o seu significado pleno. Claro que se chegássemos ao ponto de o FMI ter que intervir, Sócrates seria definitivamente destronado do seu lugar de poder e, os socialistas não podem suportar essa ideia. É o vale tudo pela conservação do poder político, inclusive vender a preço de chuva todos os valores que ainda nos tornavam parte da Europa.

2 comentários:

  1. Não tinha visto esta questão sob esse ponto de vista. Realmente somos uns tristes.

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  2. Somos e seremos uns vendidos... Não temos músculo (físico e acima de tudo, mental) para fazermos uma mudança e correr com esta cambada... Eu importava políticos à seria. Pagava-lhes um valente ordenado para porem isto a andar, por fases e com objectivos.
    Lá fora (leia-se EUA, Inglaterra e outros que tais) os políticos tem fortuna e usam-na para melhorar/servir o país (e fazer mais uns negócios claro). Aqui não precisamos de perder tempo a perguntar para o quê...

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