quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Eu, se puder, também me vou

"Movimento emigratório actual comparado ao da década de 60 "

É triste quando achamos que o nosso país está podre, corrompido, sem solução. Que já nada tem para oferecer e que se continuarmos aqui seremos uma geração perdida.
O D. foi despedido porque assim, de repente, deixou de ser necessário. Estava a recibos verdes desde Agosto e acabaram de entrar duas pessoas novas. Um dos novos colegas é filho de um amigo do patrão, o outro tem um mestrado e sai pelo mesmo preço em termos salariais.
Estava a mais de metade do estágio que tem que fazer para entrar na ordem dos arquitectos (uma ordem que lhes rouba dinheiro e nada lhes dá em troca a não ser formação obrigatória e pagante). O patrão "cagou" (pardon my french mas é mesmo isso) para isso. De nada lhe valeram os muitos fins-de-semana, noites, madrugadas e feriados que ficou a trabalhar. Sem folgas, sem receber mais por isso. Ou a semana em que esteve doente mas que foi trabalhar por estarem em data de entrega de um projecto.
Apenas não há consideração, respeito e tudo é permitido. A quem detem o poder tudo é possível, todos os abusos, todos os ganhos. Estou tão furiosa quanto ele, ou mais. Estou furiosa por ele e por mim, que já ali estive, naquele exacto lugar e sei tão bem como se sente. Eu que todos os dias espero que o telemóvel toque, o que raramente acontece e quando acontece, não é nada que seja condigno ou merecedor. País de merda!

3 comentários:

  1. Faço minhas as tuas palavras, been there... beijo para ti e abraço para o D.

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  2. As condiçoes de trabalho da nossa geraçao sao vergonhosas, e é de facto muito dificil encontrar um emprego bom, e onde nos tratem com respeito. Há quem desista, eu ja pensei nisso, mas depois passou-me. Boa sorte para o teu amigo:-)

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  3. Assino por baixo!
    Á bocado li também num blog uma situação face ao emprego cá em Portugal, também muito desagradável; pior é que acho que isto, pouco ou nada vai mudar...!

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