Faz hoje um mês que regressei de Paris. Há sete meses atrás, quando deixei Lisboa tinha uma vida boa aqui, feliz. Fui com vontade de regressar e retomar tudo a partir do ponto onde tinha deixado e não questionei se as coisas que deixei estariam aqui ou não. A verdade é que em seis meses muito pode mudar e o meu regresso foi tudo menos feliz. Nada, absolutamente nada está no lugar em que deixei quando parti.
A casa que tinha decorado e onde me sentia bem. O grupo de amigos que entretanto parece ter dispersado um pouco por todo o lado. Toda a gente partiu, em seis meses toda agente parece ter mudado de vida, à minha excepção que voltei a uma cidade onde não tenho grande coisa agora, à qual não me sinto pertencer mais. É uma solidão pesada. Além disso sinto-me como se ainda estivesse a morar naquele quarto de apart-hotel, sinto falta de casa, ou da sensação de aconchego que andei seis meses a desejar e que agora não encontro aqui também. As pessoas são a chave de tudo e as minhas pessoas andam espalhadas pelo mundo.
Tudo isto, a par com um trabalho que não me dá particular prazer, leva-me a questionar, a duvidar de mim e da pessoa que me tornei ou quero vir a ser. Bem sei que é normalmente precisa uma grande queda, um grande rombo, antes de uma reinvenção, e talvez seja isso que preciso, de me redescobrir. Só desejava que a vida não me tivesse tirado tudo de uma só vez, como um penso rápido que se arranca. Pode ser que venha a passar mais rápido depois, mas agora o choque é tão grande que todos os dias, naqueles primeiro minutos da manhã entre o sono e a realidade, penso sempre que nada disto é real, que estou num não-lugar a caminho de casa e que estou quase a chegar, estou mesmo quase a chegar...quanto mais não fosse porque acho que já merecia.
A casa que tinha decorado e onde me sentia bem. O grupo de amigos que entretanto parece ter dispersado um pouco por todo o lado. Toda a gente partiu, em seis meses toda agente parece ter mudado de vida, à minha excepção que voltei a uma cidade onde não tenho grande coisa agora, à qual não me sinto pertencer mais. É uma solidão pesada. Além disso sinto-me como se ainda estivesse a morar naquele quarto de apart-hotel, sinto falta de casa, ou da sensação de aconchego que andei seis meses a desejar e que agora não encontro aqui também. As pessoas são a chave de tudo e as minhas pessoas andam espalhadas pelo mundo.
Tudo isto, a par com um trabalho que não me dá particular prazer, leva-me a questionar, a duvidar de mim e da pessoa que me tornei ou quero vir a ser. Bem sei que é normalmente precisa uma grande queda, um grande rombo, antes de uma reinvenção, e talvez seja isso que preciso, de me redescobrir. Só desejava que a vida não me tivesse tirado tudo de uma só vez, como um penso rápido que se arranca. Pode ser que venha a passar mais rápido depois, mas agora o choque é tão grande que todos os dias, naqueles primeiro minutos da manhã entre o sono e a realidade, penso sempre que nada disto é real, que estou num não-lugar a caminho de casa e que estou quase a chegar, estou mesmo quase a chegar...quanto mais não fosse porque acho que já merecia.
A vida é assim. Melhores dias virão. Um conselho: viaje pelo país e terá novas perspectivas acerca de pessoas diferentes que tão importantes são para si.
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