Começamos a escrever-nos com 14 anos. Recebi o nome dela numa aula de inglês e fui eu quem a contactou por carta. A essa primeira seguiram-se dezenas delas, coloridas, infantis, cheias de desabafos, de sonhos, expectativas, planos. Trocávamos fotografias, posters das nossas paixões adolescentes, conselhos amorosos, pequenos souvenirs. Eu falava-lhe de Portugal, era do seu Lincolnshire rural. Nunca falámos ao telefone, nunca nos vimos por uma câmara de skype.
Quando entrámos na faculdade houve uns meses em que perdemos o contacto. A vida real, de todos os dias, chamava mais alto; eu mudei de casa, perdemos os endereços e ainda não tínhamos e-mail. Depois ela escreveu-me para a minha antiga morada e a carta acabou por me vir parar às mãos e retomámos o contacto, desta vez maioritariamente por email, mas com cartas esporádicas nos aniversários e no Natal.
Amanhã, quase 14 anos depois de termos começado a escrever-nos, vamo-nos encontrar pela primeira vez. Ela diz que vai ser uma espécie de blind date e eu não posso deixar de sentir uma estranheza e um nervosismo por ir finalmente conhecer uma das pessoas que me acompanham desde há mais tempo, sentir que sei dela mas que ao mesmo tempo não a conheço de todo. Mas a sensação maior é a de ternura e uma espécie de orgulho por, numa época em que tudo é efémero e veloz, poder ter esta história de correspondência liceal que chegou aos dias de hoje. E há qualquer coisa de inocente e puro nisso, como se uma parte da criança que éramos tivesse sobrevivido em nós duas até hoje, não deixando perder a vontade e a curiosidade juvenis.
Se não simpatizarmos uma com a outra ao vivo e a cores acho que vai ser uma decepção para as duas. Não sei o seu tom de voz, a sua maneira de ser. Mas se tudo o resto correr mal, podemos sempre contar a história. Afinal, quem é que pode dizer que mantém uma penfriend até hoje e que se conheceram pela primeira vez passados 13 anos? Sim, só isso dá uma bela história !
Quando entrámos na faculdade houve uns meses em que perdemos o contacto. A vida real, de todos os dias, chamava mais alto; eu mudei de casa, perdemos os endereços e ainda não tínhamos e-mail. Depois ela escreveu-me para a minha antiga morada e a carta acabou por me vir parar às mãos e retomámos o contacto, desta vez maioritariamente por email, mas com cartas esporádicas nos aniversários e no Natal.
Amanhã, quase 14 anos depois de termos começado a escrever-nos, vamo-nos encontrar pela primeira vez. Ela diz que vai ser uma espécie de blind date e eu não posso deixar de sentir uma estranheza e um nervosismo por ir finalmente conhecer uma das pessoas que me acompanham desde há mais tempo, sentir que sei dela mas que ao mesmo tempo não a conheço de todo. Mas a sensação maior é a de ternura e uma espécie de orgulho por, numa época em que tudo é efémero e veloz, poder ter esta história de correspondência liceal que chegou aos dias de hoje. E há qualquer coisa de inocente e puro nisso, como se uma parte da criança que éramos tivesse sobrevivido em nós duas até hoje, não deixando perder a vontade e a curiosidade juvenis.
Se não simpatizarmos uma com a outra ao vivo e a cores acho que vai ser uma decepção para as duas. Não sei o seu tom de voz, a sua maneira de ser. Mas se tudo o resto correr mal, podemos sempre contar a história. Afinal, quem é que pode dizer que mantém uma penfriend até hoje e que se conheceram pela primeira vez passados 13 anos? Sim, só isso dá uma bela história !
q brutal!!! eu tb "perdi" as minhas pen friends quando andava na faculdade... adorava conhece-las ao vivo e a cores! e de certeza que tu e a tua se vão dar bem, afinal de contas já se conhecem! leva umas cartas antigas! de certeza que será motivo de risota!! depois conta como foi!! adorava!!!!!
ResponderEliminarÉ uma bela história, e um grande orgulho em manter essa ligação a uma época mais simples. Eu nunca tive nenhuma pen friend e adoraria que essa fosse uma das minhas memórias de adolescência. De certeza que o encontro vai correr bem. Depois cá esperamos saber como correu tudo!
ResponderEliminarÉ mesmo uma 'história' muito bonita e de dar uma inveja boa. Eu lembro de haver uma altura que queria muito ter também algo parecido mas nunca tive ou arranjei correspondente. Confesso que na altura tambem pensava o que é que eu haveria de escrever para o outro lado caso tivesse, mas sempre tive vontade. E deve ser muito bom conhecer alguem que no fundo já conheces de à tanto. Concerteza vai haver lugar para partilhar muita coisa e associar um rosto e voz ao que se idealizou desde à tanto.
ResponderEliminarEsperamos por mais novidades!
mts bjs
Falta agora o post a contar como foi o encontro com a pen friend :)
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