quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Tenho saudades das amizades de criança, do "eu sou a selena gomes e tu és a Hanna Montana", daquela coisa de "queres ser minha amiga" ouvida no intervalo das aulas e vindo de alguém nunca visto antes seguido de uma resposta afirmativa só porque sim, sem medir a pinta nem pedir referências. Do entregar o caderno diário para passar a lição á qual faltamos e não se achar generosa por tal gesto. Da troca de lanches desprovida do sentimento de perda de 0.3 cêntimos e "ai que nos estão a roubar" ou da troca de recados nas aulas com segredos de amores que envolvem corações e nomes simples como pedro e joão. Era giro se assim fosse depois dos vinte anos, gostar da pinta da rapariga ao nosso lado e sentar-se ao lado dela, falar como se nos conhecêssemos há imenso tempo e não nos preocuparmos com o facto de ela ser empregada de mesa ou engenheira bio-cientifico-mecânico-geral, feia ou gira, velha ou nova, ex presidiária ou ex presidente. Simplesmente quebrar o gelo assim, sem o cansaço da análise e do tempo - que seca, essa merda do tempo - sem esperar provas de que é de confiança (porque é que não há de ser?) e a ingenuidade de que Best Friend forever (e porque não?) acreditando logo que vai correr tudo bem, sem provas nem referencias, vai correr tudo bem. As coisas eram mais simples, eu seria a Selena Gomes e sim, quero ser a tua amiga desde que não olhes para o pedro que é meu (olhou para mim hoje no refeitório), vamos ser BFF, pelo menos até ao fim do intervalo, é o que demora a vida na nossa idade."

Eu também. Roubado daqui!

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