quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

As if I wrote it myself

Não fui eu que escrevi mas poderia bem ter sido. A Analog Girl não o poderia descrever melhor!


"Agora isto é que me parece mesmo mauzinho... Acordar de manhã e a primeira coisa em que penso é "odeio a minha vida". Já vai na segunda semana seguida em que é este, sem excepção, o meu primeiro pensamento do dia. É um bocadito assustador não é?
Porque no fundo, o que me frustra neste momento não é a minha vida, mas a minha rotina inabalável, de acordar a arrastar-me de sono, de não conseguir fisicamente levantar-me à hora prevista (ou como me aconteceu aí umas poucas vezes, acordar antes do despertador e mesmo assim sentir-me imóvel de cansaço), de congelar para tomar banho, de preparar over and over again a marmita, de enfrentar longas viagens de transportes públicos, de chegar aqui e sentir o peso do (mau) ambiente que se vive, encarar a minha falta de motivação como um obstáculo demasiado pesado para o conseguir demover... e depois chegar a casa à noite sem tempo para me coçar porque tenho de jantar cedo, para não me deitar demasiado tarde, mas há sempre algo que atrapalha e acabo por me deitar tardíssimo porque ando o dia todo contrariada e mereço aquela horinha extra a ver tv, ou então há mais comida a preparar. (...) A vida tem sido um combate diário, uma luta interna, uma busca por um lugar estável que ainda não encontrou caminho. E agora as coisas têm ganho uma dimensão um pouco mais dramática, e já sei que seguramente aqui não fico. E isso é extremamente libertador. E já ando a fazer o forcing para que a mudança aconteça.
Agora é esperar. E continuar nesta luta inglória."

4 comentários:

  1. (oh, estou um bocadinho corada!)

    Tenho fé que iremos desatar este nó, ainda que com um país em crise, um mercado de trabalho saturado e falta de motivação geral.
    Custa-me muito o facto de ter "comprado" a ideia de que se tirasse um curso superior iria ser uma pessoa realizada, receber um bom ordenado, ascender a um qualquer patamar (e, se o fizer bem que me posso matar a trabalhar e esquecer que tenho vida própria - não obrigada). Já nada nos garante nada.
    E se por um lado é desesperante, por outro pode ser um alívio. Se não há padrões, temos liberdade de criá-los à nossa medida.

    Muita força para a tua busca!

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  2. Desculpa ter-me servido das tuas palavras, mas escreveste-as na perfeição, acertaste na mouche! :)
    Pra tua busca também! Eu tenho esperança que ainda se vai conseguir chegar onde se deseja, com muita persistência e trabalho, é certo. O problema é que hoje em dia ter um curso já não serve de muito, por vezes nem o termos capacidades.Somos a geração da precariedade infelizmente.

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  3. Que saudades do nosso café pela manhã com o Tejo por pano de fundo...

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  4. É mesmo sr. engenheiro! Faz-me muita falta também! A melhor parte do dia era aqueles 20 minutos de conversa e café ao sol!

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