segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ryanair

Tive ontem o pior voo da minha vida. Depois de uma noitada para celebrar os meus anos, dormi 3 horas e sai cedo para o aeroporto. Acordei ressacada, desidratada e ainda tive de apanhar 2 RER, 1 metro, um autocarro e finalmente o voo. O qual foi um pesadelo autêntico. Deveria ter chegado ao Porto ás 14.30 locais e acabei por só chegar eram quase 18h. Uma hora de atraso no aeroporto e mais uma hora dentro da porra do avião, com os passageiros já todos embarcados à espera de descolar. Segundo a Ryanair foi um problema de autorização devido ao tráfego aéreo excessivo! Já não tinha água nem comida e deve ter sido o voo com mais crianças e bebés a gritar por metro quadrado. E em vez de ter passado a tarde de domingo a comer bolo de anos com a minha família que já não via há seis meses, passei a tarde enfiada no avião.

Tinha uma dor de cabeça gigante e quando finalmente levantámos voo, de meia em meia hora lá ia a cabin crew ao microfone repetir a mesma lenga-lenga em 3 línguas diferentes: primeiro foi as refeições quentes, depois foi os snacks, seguiram-se os perfumes e produtos duty free - e quem disse que era boa ideia andar a experimentar perfumes numa cabine de avião devia ser fuzilado, a dada altura não dava para respirar com tanto perfume misturado e sem reposição de ar - depois as raspadinhas para ajudar o terceiro mundo e, por mim, os cigarros sem fumo. WTF?!! Pois, cigarros que não se fumam, inalam-se. Com direito a uma prosa de anúncio rasca
(qualquer coisa como agora já pode fumar no avião, no restaurante, no jacuzzi com a namorada - juro - isto tudo com sotaque do Porto, primeiro em português, depois num inglês manhoso e por finalmente em francês, a sério, só gravado!).

Vim sentada no corredor e nesta altura só tinha vontade de derrubar cada um dos hospedeiros de bordo ou gritar-lhes para pararem com aquele chinfrim de feira popular. Que marketing mais descarado, ás vezes vale mais mesmo pagar mais só para ter um voo em condições. Além disto, apanhamos muita turbulência e a aterragem foi um quase desastre, com o trem a derrapar na pista e o avião aos saltos. Quando saí dali para fora quase corri para a mala. O pior é que daqui a duas semanas tenho de regressar com eles. Vou ter pesadelos, com certeza!

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