'Os 100 mil portugueses que emigraram entre 2007 e 2008 foram a primeira leva de desiludidos. A emigração política dos 60 acabou. As malas de cartão dos 70 também. As Linda de Suza de hoje trabalham em consultoras e empresas, são quadros jovens e promissores, gente com sonhos. Estão mais bem preparados mas nem por isso serão mais bem acolhidos. A livre circulação de pessoas esbarra nas novas reticências de uma Europa socialmente falida e incapaz de alargar o chapéu- -de-chuva social a todos. '
Ainda a propósito do e-mail xenófobo luxemburguês, este editorial do I de sexta-feira, ilustra bem as novas gerações de emigrantes que tem que lidar com os preconceitos e esteréotipos contra Portugal e os Portugueses.
A nova geração de emigrantes portugueses ja não é analfabeta e iletrada como a da geração de 60. São igualmente esforçados e ambiciosos, melhor preparados, capazes de falar duas ou três línguas fluentemente. É uma geração inteira desiludida com o país, onde nao vêem esperança ou oportunidade, nem hoje nem daqui a um ano. Nao é de admirar, num país pejado de dívidas e que cada vez mais corta direitos contra o trabalhador, em função de ainda mais medidas favoráveis para as empresas. Facilitam despedimentos, recibos verdes, contratos temporários, horários de trabalho alargados, horas extra sem a remuneração devida, precariedade...e depois de todos os descontos para o fisco todos os meses o que é que se usufrui? Serviços de saúde e eucação de má qualidade, burocráticos e demorados, transportes publicos cada vez mais caros, e por aí fora. Eu, se pudesse, ja nao regressava. ça c ' est sure!
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