quarta-feira, 31 de março de 2010

Let me just breathe

Entre aulas, estudo, jantares e cafés de despedida com os colegas, perda de tempo na internet que anda leeeenta (Culpa da cabo Visão!) e me dificulta as pesquisas sobre os voos (os preços também não andam nada simpáticos, nem nas low cost! E eu a achar que poderia vir aqui um fim-de-semana por mês!), Paris e informações afins, procura de alguém para alugar a casa durante o tempo que vou estar fora, últimas compras, formatações de pc, e rotinas inescapáveis do dia-a-dia, fico sem tempo para nada. E o pior é que isto ainda nem começou. Quando me vir com um pouco mais de tempo e de calma até penso que é mentira!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Sexta à noite

Le mec n`est pas la! Superb! Foi a uma conferência da ordem dos arquitectos e tenho a casa por minha conta até à meia-noite. Não vou sair. Vou colocar música alta (não demasiado infelizmente que os vizinhos não autorizam). Vou pôr uma daquelas máscaras verdes na cara e arranjar as unhas, pintadas de rosa , à menina, mimar-me. Comer gelado directamente da caixa, ver os episódios em atraso de Grey`s. Depois de 3 dias com 8 horas diárias de francês intensivo bem preciso de desligar, que já ando aqui a aparvalhar e a falar à emigra!

Amanhã compras para a viagem, passeio ao sol (espero) e jantar cá em casa com ementa gourmet! :) Adoro os fins-de-semana!
"A vida é uma complicada sequência de separações, um rumor de
mãos nervosas dizendo adeus. Abandonamos cidades, casas, corpos,
pessoas que amamos e pessoas que deixámos de amar, a solidão e o
companheirismo, as convicções e as fraquezas. Viver é dizer adeus constantemente a
si próprio."

Antonio Gala, El manuscrito Carmesi

O quanto eu procurei esta passagem! Encontrei-a no dito livro quando tinha uns 13 anos e apontei-a num caderno onde guardo poesias, um caderno que fica num baú da minha casa materna e que lá deixei ficar esquecido. Ultimamente lembrava-me muito destas palavras e apercebi-me que já não tenho o livro, apenas não sei mesmo o que lhe fiz. Mas tenho de o re-comprar ou reaver, pois recordo-me bem da impressão que estas palavras me deixaram na altura, faz dez anos. O peso da mensagem numa adolescente de 13, como se de repente estivesse perante uma lição de vida das mais verdadeiras. Não me enganei.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Preparativos

Dentista: Check
Análises e médico: Check
Bagagem: not even close!
Deixar os meus: coração cada dia mais apertado.

Viver fora tem obviamente vantagens e desvantagens e eu, que já o fiz algumas vezes, faço sempre um balanço positivo do resultado final. Mas o pior mesmo é deixar quem amamos para trás, ainda que por seis meses, ainda que a Easy Jet e a Ryanair facilitem viagens a meio, ainda que haja o skype. É deixar a casa que temos os dois sem saber se poderei voltar a ela daqui a seis meses. São todos os medos e receios de quem já passou por uma relação à distância por duas vezes e sabe demasiado bem o que custa. Porque ás vezes é ainda pior quando já se sabe exactamente ao que se vai e o quanto as saudades podem doer.

Entretanto já soube que não vou ter máquina de lavar roupa no apart-hotel onde vamos ficar e preve-se muita lavagem à mão e muito dinheiro gasto em lavandaria!

Hoje comecei com francês intensivo, que é sempre bom para recordar, mas tem a contrapartida de me fazer esquecer e baralhar-me o italiano. Logo agora que conheci o Francesco que me aceitou "treinar" quando falamos! No final do dia, com inglês, francês e italiano à mistura chego a casa e falo um português aldrabado. Faz-me lembrar os tempos de Erasmus, em que ás tantas falávamos uma mistura de tudo mas entendiamo-nos perfeitamente, lembras-te Mar?

Estou nostálgica pelo passado e tenho saudades do futuro, como dizia Pessoa. E um friozinho crescente na barriga ...

terça-feira, 23 de março de 2010

Oui, c´est vrai



Paris depuis la Printemps á l `Automne. Morar em Paris. Seis meses. A fazer um trabalho que me vai drenar. Sorrio e choro ao mesmo tempo. Vai doer, mas também vai ser lindo, pelo menos aos fins--de-semana! 3 semanas para a partida e tenho tanta coisa para fazer que me vai dar um esgotamento ainda antes de chegar.

domingo, 21 de março de 2010

So true!

O bem mais necessário nos dias que correm. Para o bem dos nossos próprios corações e para os dos outros. Tão pouco tempo, sempre em corrida contra o relógio. Era suposto a vida ser assim? Por vezes desejava ter nascido noutra sociedade, uma que já tivesse aprendido o valor do tempo.
A imagem foi retirada daqui.

E porque é dia da poesia...

Um dos meus favoritos

Pedro lembrando Inês

Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
dizer: "Como é mais fácil deixar que as coisas
não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos
apenas dentro de nós próprios?" Mas ensinaste-me
a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor:
ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua
voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo
esse que mal corria quando por ele passamos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor,
de chegar antes de ti para te ver chegar: com
a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu:
a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti, como
gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste.

Nuno Júdice

Já é Primavera!








E para a aproveitar e ao sol magnífico que esteve hoje, passeio no Jardim tropical mesmo aqui à beira de casa, e que desconhecíamos. Com Museu dos Coches incluído e à pala! Domingo perfeito. Melhor, melhor só se amanhã não fosse dia de trabalho de novo!

sábado, 20 de março de 2010

Maravilhoso!

Estar de volta à peça que já acompanhei na estrada, poder levar quem eu mais queria comigo, alguém a quem já tinha descrito a peça vezes sem conta por telefone quando ele estava do outro lado do Atlântico e vê-lo dizer que era muito melhor do que o que estava à espera.

Rever pessoas que me são tão queridas, ver que a L. continua tão fantástica como sempre, o C. ainda se ri com as mesmas falas, ano após ano em que esta peça anda na estrada, o A. que não esperava rever e me olhou com surpresa e saudade. E descobrir que ainda hoje falaram em mim ao recordar as vezes em que era eu a colocar o som e a acompanha-los na estrada, num dos períodos que foi, definitivamente, dos mais felizes da minha vida. Descobrir que me recordam da mesma maneira que eu a eles. Em que o trabalho não era trabalho mas um privilégio. A vida é feita de escolhas e eu fiz a minha quando os decidi deixar e seguir outros voos. Não me arrependo, mas sinto falta, muitas vezes mesmo, de todo aquele ambiente. Mas ainda acredito que possa voltar a ter um trabalho em que seja verdadeiramente feliz e que me deixe tão boas recordações quanto este. Que nostálgica que estou...mas feliz.

É sábado finalmente

Depois de sessão de home cinema ontem com o filme "The time traveller´s wife" acordei tarde porque precisava mesmo de dormir mas agora já passa do meio dia e eu cheia de coisas para fazer. Ás vezes parece apenas muito difícil relaxar e conseguir ter tempo para tudo.

Logo à noite é tempo de ir despertar memórias doces e antigas, ao ir ver uma peça de teatro da qual já fui sonoplasta. Vai-me saber tão bem!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Regime de ditadura militar

Acho que me inscrevi no exército e só agora me dei conta.

Mas mais valia se me tivesse inscrito. Como licenciada fazia a recruta em 5 semanas, passando em seguida a oficial, ganhava mais e provavelmente não me iriam tratar como uma criança e impor regras de uma rigidez absurda.

Somos cerca de 75 pessoas e estamos há duas semanas com formação em sala, 8 horas por dia, com dez minutos de pausa e uma 1 hora de almoço. Os horários são rígidos, tipo, mesmo rígidos. Hoje ouvidos sermão e ameaças de despedimento (estamos todos em período experimental) porque a apresentação da manhã começou ás 9:05 e a da tarde com uns dois minutos de atraso em relação à hora marcada. É natural que as coisas não comecem exactamente ás 9h em ponto quando somos tantos, quando se demora a picar o ponto (com impressão digital, ah pois é, para não haver oportunidade de mais ninguém o picar por nós a não ser que cortemos o dedo e o deixemos emprestado!). E quando só há uma maquineta destas para picar o ponto, enquanto as pessoas tiram os casacos e se vão acomodando até se sentarem nas cadeiras, pode levar uns 5 minutos e não deveria vir daí nenhum grande drama ou mal ao mundo. certo? Wrong! É impensável para eles. Se nos atrasarmos um minuto e entramos ás 9h01, no final do dia temos um minuto de falta injustificada - this is not a joke, I promise - e se o senhor ao almoço demorar mais a servir o prato e não estivermos lá exactamente uma hora depois também há represálias.

Percebo que somos muitos e que tem que se impor alguma disciplina, mas é um grupo de pessoas adultas, bem-formadas que não tem andado a chegar aos 15 ou 20 minutos atrasados, mas em que há dias em que chegam ás 9h05. Odeio que me controlem a este ponto, que não haja nenhuma flexibilidade, que não se apercebam do quanto um trabalhador infeliz ou reprimido é um trabalhador improdutivo.

E soube finalmente porquê tão grande recrutamento agora. Parece que as pessoas que entraram há dois anos saíram quase todas e eles tiveram que renovar o stock. E porque saíram passados dois anos? Porque se sairmos antes disso temos de indemnizar a empresa em muitos euros. Não me admira que daqui a dois anos estejamos todos a sair de lá também. Só espero conseguir estar mentalmente sã nessa altura ou, se for intolerável, que me mandem embora eles para que não tenha que pagar.

Tanto benefício em termos de contrato de trabalho vem sempre com água no bico e, no caso deles, é um trabalho chatérrimo e de alto risco financeiro, com grandes responsabilidades e rigidez militar no trato com as pessoas. Não é definitivamente para mim. A ver o que acontece nos próximos meses.

domingo, 14 de março de 2010

Resumo do fim-de-semana

Filmes em atraso: dois - Law Abiding Citizen e Up in the air
Acordar tarde, almoçar tarde, sair tarde de casa. Namoro q.b. Sol no rosto, em demasiada pois fiquei com uma bela dor de cabeça depois de uma tarde inteira ao sol de inverno depois de ressaca de tanta chuva. Estudo: muito pouco, eu bem levei os livrinhos comigo para a esplanada mas o meu nível de concentração andou em baixo. Espera-se uma hell week, mas pelo menos não desperdicei o fim-de-semana por completo!

sábado, 13 de março de 2010

Do viver junto

Tem muito que se lhe diga. Fui viver com o meu namorado porque tivemos a sorte de encontrar uma casa que é um autêntico achado em termos de relação preço/qualidade e pensámos, porque haveríamos de dividir casa com mais um monte de gente se podíamos estar os dois sem que mais ninguém nos impusesse um esquema de tarefas rotativas ou hábitos diversos? Então saltámos no barco, ele sempre mais entusiasta do que eu. E tem muita coisa boa, tem mesmo. Mas há dias, como hoje, ou momentos apenas, em que apetece fazer a mala e ter um sítio só meu. A minha música apenas, no volume que eu quiser, a comida com o tempero que eu gosto, as limpezas à minha maneira, o espaço no roupeiro todo para mim, ou tirar o dia, a noite, o fim-de-semana inteiro para poder andar pela casa de roupão e máscara verde na cara. Dançar sozinha, andar nua pelos corredores sem que tenha logo que ser interrompida para namorar (é bom, claro :) mas ás vezes anda-se apenas nua a caminho do banho sem se querer sem interrompida para nada) Sem cedências, compromissos, explicações.

Sempre fui pouco dada a compromisso, a qualquer compromisso, inclusive o afectivo e o morar junto, casar e tudo isso nunca fez parte dos meus planos nem me parece que vá fazer tão cedo. E sou uma individualista, muito menos do que o que já fui, mas sou-o ainda E há dias como os de hoje em que me apetece apenas ser eu sozinha no meu mundo, à minha maneira. Porque a solidão é-me tão necessária quanto a companhia e ando a passear nesse equilíbrio ténue que é difícil não resvalar para um dos lados.

Gostei, muito, mas ainda assim as expectativas eram mais altas



Talvez por ter lido tanta crítica boa sobre o filme espera-se sempre mais. Mas os diálogos são deliciosos, os planos também e a verdade e crueza do filme também. E gostei muito do Clooney. Devo ser das poucas mulheres que não largam um suspiro quando ele aparece, mas neste filme larguei, está muito bem conservado!
Primeiro fim de semana em meses que não chove, em que há um bocadinho de sol e céu azul e quais os meus planos para hoje e amanhã? Estudar! Pois, mesmo, enterrar a cara nos livros e ler , ler, ler sobre assuntos e matérias completamente novas e aborrecidas para mim. Tenho trabalho de grupo para apresentar na segunda-feira, exame final na quinta e apresentação oral de 30 minutos perante audiência de cerca de 80 pessoas na sexta. Se chegar sem um nervous breakdown ao próximo fim-de-semana já fico feliz.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Não gosto de não ter tempo. Para ler, escrever, ouvir música relaxada. Tempo para os amigos, para mim, para ele ou para nós, que são coisas completamente diferentes. Para ver um filme do início ao fim, para relaxar em frente à Tv sem olhar para o relógio e assustar-me com as horas porque já vou ter pouco tempo para dormir e acordar descansada na manhã seguinte. Acordar e sentir-me exausta porque não dormi suficiente. Não gosto de não ter tempo para escrever no blog nem ler o que escrevem, o que tão bem escrevem as pessoas que sigo. Não gosto de fazer a vida a correr: acordar de rompante, vestir a correr, correr para o metro, para o autocarro, comer às pressas para aproveitar a hora de almoço, correr no final do trabalho para tentar chegar a casa cedo, que nunca é cedo.

Não gosto das duas horas e 20 minutos diários que passo em transportes, dos encontrões, dos autocarros a abarrotar, de pessoas sem civismo e malcheirosas. Da possibilidade de ter que mudar de casa e ir pagar mais possivelmente, além de não dividir canto com o D. e ter que, possivelmente, voltar a dividir com um monte de gajas que não me apetece conhecer porque não me apetece ter de habituar de novo a rotinas e manias de outrem. Queria ter o meu espaço apenas mas não vou ganhar o suficiente para pagar o meu próprio espaço por inteiro. Odeio as rendas em Lisboa que são um absurdo para os salários reais. De não saber se em Abril ainda estou ou não em Portugal, de não saber ainda quase nada sobre a minha função no banco. De ter que aprender economia. Odeio! Da quantidade de cafés que tenho que tomar por dia para me conseguir manter acordada nas palestras que se seguem. Dos comprimidos que tive que pedir ao médico porque só andava a conseguir dormir 3 horas por noite e as insónias estavam a tornar-se insuportáveis. Não gosto de não saber onde vou estar daqui a um mês e a fazer o quê. Odeio a possibilidade de ir odiar o que vou fazer mas não poder sair da empresa sem lhes pagar uma indemnização, choruda. De me terem presa pelos tomates (se os tivesse) durante dois anos. De me sentir presa e comprometida, eu que odeio estar presa a seja o que for, seja a quem for. Odeio não saber se ele vai estar comigo ou se há espaço para ainda nos encaixarmos na vida um do outro, ou se a vida não o vai permitir. apenas Odeio não me sentir feliz há muito tempo. E relaxada. Há muito tempo.

Odeio nem ter tempo para falar dos óscares e dos filmes, ou sequer ver os discursos dos vencedores. Mas pelo menos o meu vestido de eleição fica aqui.

Por fim, não gosto where this is headed to, but I am hoping for the best. And I am hoping really badly!

O meu favorito


Lindo, Lindo! Ninguém me oferece um igual? E já agora estava a torcer pelo filme " an Education" e pela respectiva banda sonora, que tenho que comprar o quanto antes!

sábado, 6 de março de 2010

Sábado em casa. CASA mesmo! Adoro regressar à quietude deste sítio, ao chão de madeira, ao calor da lareira. Aos abraços da família e dos amigos com quem posso finalmente estar frente a frente. A poder cantar alto sem me preocupar com os vizinhos de cima, de baixo ou do lado. Poder dançar porque tenho o espaço. Conduzir. Ficar no alpendre a ver as flores do jardim despontar. Descobrir as flores novas na minha violeta. Conhecer o Lord, um gato que os meus pais adoptaram, branco como a neve e olhos verdes. (Parece que foi muito maltratado antes de o encontrarmos mas com miminhos já gosta mais de pessoas agora). Poder ir á estecitista, fazer depilação e manicure e pagar 22 euros por tudo. ( Em Lisboa é um roubo e fica mais mal feito!). Ter os armários recheados com tudo o que gosto porque já não vinha a casa à quase dois meses e sou mimada assim. O pior mesmo vai ser ter que voltar amanhã à vidinha dos dias comuns. Dois dias passam a voar e eu quero parar o tempo aqui.

Sold out


Achavas que tinha tempo, pois achavas!! :(

sexta-feira, 5 de março de 2010

Sexta à noite

Duas horas de viagem em comboio e mais duas horas em autocarro. Três cidades desde as 11h da manhã até ás 20 horas. Muita chuva. Tive de andar de saltinho alto o dia todo e cheguei encharcada. Exausta. Esta não foi uma boa semana. Hoje à noite a cama é o meu destino. Tal como provavelmente nos próximos dias. Recovery much needed. Thank God for weekends!