quarta-feira, 10 de março de 2010

Não gosto de não ter tempo. Para ler, escrever, ouvir música relaxada. Tempo para os amigos, para mim, para ele ou para nós, que são coisas completamente diferentes. Para ver um filme do início ao fim, para relaxar em frente à Tv sem olhar para o relógio e assustar-me com as horas porque já vou ter pouco tempo para dormir e acordar descansada na manhã seguinte. Acordar e sentir-me exausta porque não dormi suficiente. Não gosto de não ter tempo para escrever no blog nem ler o que escrevem, o que tão bem escrevem as pessoas que sigo. Não gosto de fazer a vida a correr: acordar de rompante, vestir a correr, correr para o metro, para o autocarro, comer às pressas para aproveitar a hora de almoço, correr no final do trabalho para tentar chegar a casa cedo, que nunca é cedo.

Não gosto das duas horas e 20 minutos diários que passo em transportes, dos encontrões, dos autocarros a abarrotar, de pessoas sem civismo e malcheirosas. Da possibilidade de ter que mudar de casa e ir pagar mais possivelmente, além de não dividir canto com o D. e ter que, possivelmente, voltar a dividir com um monte de gajas que não me apetece conhecer porque não me apetece ter de habituar de novo a rotinas e manias de outrem. Queria ter o meu espaço apenas mas não vou ganhar o suficiente para pagar o meu próprio espaço por inteiro. Odeio as rendas em Lisboa que são um absurdo para os salários reais. De não saber se em Abril ainda estou ou não em Portugal, de não saber ainda quase nada sobre a minha função no banco. De ter que aprender economia. Odeio! Da quantidade de cafés que tenho que tomar por dia para me conseguir manter acordada nas palestras que se seguem. Dos comprimidos que tive que pedir ao médico porque só andava a conseguir dormir 3 horas por noite e as insónias estavam a tornar-se insuportáveis. Não gosto de não saber onde vou estar daqui a um mês e a fazer o quê. Odeio a possibilidade de ir odiar o que vou fazer mas não poder sair da empresa sem lhes pagar uma indemnização, choruda. De me terem presa pelos tomates (se os tivesse) durante dois anos. De me sentir presa e comprometida, eu que odeio estar presa a seja o que for, seja a quem for. Odeio não saber se ele vai estar comigo ou se há espaço para ainda nos encaixarmos na vida um do outro, ou se a vida não o vai permitir. apenas Odeio não me sentir feliz há muito tempo. E relaxada. Há muito tempo.

Odeio nem ter tempo para falar dos óscares e dos filmes, ou sequer ver os discursos dos vencedores. Mas pelo menos o meu vestido de eleição fica aqui.

Por fim, não gosto where this is headed to, but I am hoping for the best. And I am hoping really badly!

3 comentários:

  1. Adivinha quem voltou e também anda sem tempo ?! ;)

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  2. Hum, que novidade me contas?! Estás por aqui? cafézinho impõe-se ouviu, ó traidor, nem avisa nem nada! ;)

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  3. Todas as mulheres da minha vida refilam comigo, é impressionante :)

    Não sou nada traídor, só comecei na passada segunda-feira.

    Temos de combinar qualquer coisa sim senhora, e se tu arranjasses messenger como o resto das pessoas, era bem mais fácil :p

    Beijo grande

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