segunda-feira, 19 de julho de 2010

Uma das grandes desvantagens de estar longe é que a vida das pessoas que deixamos para trás continua e nós quase não damos por ela. Quando vamos a ver já houve nascimentos, mortes, divórcios na família ou conhecidos, e a nós tudo chega como uma novidade súbita, sem tempo de ajustamento a tanta mudança. Quando regressamos perdemos uma data de coisas e já as pessoas se distanciaram de nós. Tanta amizade que já ficou pela metade desde que ando a entrar e a sair do país, tanta gente a quem perdi o contacto, família a quem não vejo os anos passar.

O tempo é cruel e o passar do tempo vai esbatendo acontecimentos e afastanto quem antes nos era próximo. E nos dias em que só queremos casa, colo, olha-se à volta e não há ninguém. Nos dias em que o telefone não chega, aliás há dias em que se odeia o telefone, o ritual de falar, de procurar palavras, de derrubar saudades. Saudades das coisas banais. Fastio deste dia-a-dia a quem já tão bem conheço as rotinas. É impossível escapar a elas durante a semana. Fastio das mesmas conversas dia após dia, das pessoas que vejo todos os dias, que são as mesmas pessoas com quem trabalho, com quem vivo e com quem saio. É como um big brother em maior escala. Tantas saudades, tanta saudade de trabalhar em algo que me dê prazer. Já não me lembro da última vez que isso aconteceu. De gostar realmente do que faço, de me levantar de manhã e não ser um sacrifício ou apenas mais um dia. Saudades de mim quando ainda achava que tudo era possível.

5 comentários:

  1. Cá te espero para um chá e uma fatia de cheese cake ;)

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  2. Como te compreendo. Mas sei também que esse esforço terá a sua recompensa. Força nisso!

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  3. Alexandre, eu é que ainda estou à tua espera por aqui para un café e un macarron! Et alors!?

    Analog, a recompensa já está garantida, apenas há dias em que as saudades batem mais fundo, mas a experiência vale sempre, e muito, a pena.

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  4. Acho que vou ter de me deixar convencer um fim de semana destes :)

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  5. É assim mesmo que se fala, S. Para cima, sempre! Lembra-te dos tempos de estudante quando às vezes os testes nos corriam muita mal, mas depois éramos surpreendidas como uma granda nota! ;) Isso aconteceu-me muitas vezes. E o contrário também ehehe

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